MENU

BUSCA

Leão e Papão, clubes para "cascudos"

Carlos Ferreira

O alto custo de vida em Belém, a baixa visibilidade do futebol paraense na mídia nacional e a distância geográfica como dificultadores na contratação de jogadores para Remo e Paysandu. Observações feitas pelos executivos Carlos Killa, ex-Remo, e Fred Gomes, ex-Remo e Paysandu, no fim de semana, à equipe de oliberal.com. O que eles dizem é verdade e tem agravantes.

Convencer um atleta que tenha opções a jogar em Belém passa pelas vantagens para o agente e pela aprovação da família. Em geral, isso tudo torna as contratações mais caras para a nossa região. Um agravante é o clima dos nossos principais clubes. Remo e Paysandu são o paraíso nas glórias, mas muito hostis nos fracassos, com julgamentos nem sempre justos. Por isso que são clubes para atletas "cascudos", ou seja, com capacidade emocional para superar e crescer as adversidades.

O meio termo e o extremismo que fazem a diferença

Por que o Sampaio Corrêa tem muito mais facilidade que Remo e Paysandu para formar bons times? Por ser um clube de meio termo, sem o extremismo que há na dupla Re-Pa: paraiso ou inferno. Tudo muito passional! O clima do clube maranhense, como em tantos outros, é mais favorável ao trabalho profissional.

Leão e Papão precisam buscar equilíbrio nas relações internas e prevenir o "envenamento" dos atletas pelos excessivos afagos ou patadas nas redes sociais, onde medem o prestígio junto à torcida. É aí que entram os psicólogos nas orientações e as normas do clube para a conduta de cada um. A falta desse cuidado sai muito mais caro que o custo da prevenção.

BAIXINHAS

* Daqui a pouco vai começar nova enxurrada de contratações. É importante os torcedores saberem das dificuldades para trazer os atletas ideais, e mais importante ainda que os clubes sejam criteriosos não só nos indicadores, como também os físicos, os emocionais e os comportamentais.

* Ideal seria ter uma base regional. Mas a tão cobrada valorização dessa base só vai existir quando a preparação dos jovens for bem feita, capaz de produzir jogadores competitivos nas diversas valências. Em outras palavras, valorizar é capacitar, e não simplesmente dar oportunidade.

* Um atleta regional bem capacitado nas valências físicas e técnicas leva as vantagens de ser produto do meio e da identificação com o clube onde se formou. Mas nem sempre esses atletas têm responsabilidade profissional. Muito se perdem nos prazeres tão logo assinam contrato e começam a ter algum dinheiro.

* Que tal o dia 12 de janeiro? Se o governador Helder Barbalho resolveu reinaugurar o Mangueirão com Re-Pa, e vai aguardar que o Leão e o Papão de 2023 estejam em condições de jogo, a data do aniversário de Belém parece bem oportuna. Afinal, quatro dias depois estarão estreando no campeonato estadual.

* Seriam a reabertura do estádio e o primeiro teste das equipes no fechamento da pré-temporada. Melhor ainda se tivermos Re-Pas em série. A proposta desta coluna é que a festa tenha Remo x Paysandu de sub 13, sub 15, sub 17, sub 23, master, super master (jogos com tempo reduzido: 15 +15 minutos) e profissional com os 90 minutos. Só não o sub-20, já o time renista desta categoria estará na Copa São Paulo.

* A ideia é fazer da reabertura do Mangueirão uma grande festa de celebração da maior rivalidade futebolística da Amazônia, com os maiores protagonistas da história do estádio. Além de futebol, também caberiam provas de atletismo (Re-Pa) e shows de cantores paraenses azulinos e bicolores. 

Carlos Ferreira