Hoje, as forças do conjunto contra o conjunto das forças
O Botafogo da Paraíba se caracteriza pelas forças do seu conjunto. É um time sem destaques individuais, mas bem ajustado pelo técnico Felipe Surian. Tem consistência tática e, por isso, pode ser favorecido pelas ótimas condições do gramado do Mangueirão.
O Paysandu é o conjunto das forças. Forças de um time aguerrido, de uma torcida gigante e inflamada, do entusiasmado que domina o clube, e de algumas individualidades. O Papão virou um turbilhão de emoções para essa reta decisiva do acesso. A tendência é isso levar o clube à Série B sim, mas nessas avalanches um erro pode botar tudo a perder. Por isso, além de bravura, tem que haver atenção absoluta, competência e muito respeito ao adversário.
A essência do futebol paraense
O Paysandu expressa hoje a essência do futebol paraense. É um time que emergiu do sofrimento e da descrença, que explodiu em momentos críticos e agora administra a própria euforia, a se traduzir na superlotação do Mangueirão. Uma tarde pra lá de bicolor!
Hoje é um daqueles dias em que a torcida faz pelo time e por si mesma, na demonstração de força, de paixão, de grandiosidade. O show nas arquibancadas já está garantido. Cabe ao time corresponder e dar o largo passo esperado rumo à Série B, com vitória. Qualquer desfecho diferente neste domingo seria de frustração.
BAIXINHAS
* Enquanto se discute a real capacidade de público do Mangueirão, pela falta de transparência nas informações oficiais, o Botafogo tenta elevar o limite permitido no Almeidão de 8.500 para 11.600 lugares, para os jogos contra Paysandu e Volta Redonda.
* Preferido da situação e da oposição no Remo, Ricardo Catalá está agindo no mercado, prospectando atletas. Tão logo sejam formalizadas as candidaturas, o Conselho Deliberativo vai propor acordo para autorizar o presidente Fábio Bentes a fechar contrato com o técnico para 2024.
* A autorização pode ser estendida a atletas, para que o clube não perca a melhor fase do mercado. Um jogador que Catalá tentou e não conseguiu trazer este ano é o meia Camilo, 37 anos, 145 jogos nos últimos 4 anos, ex-Chapecoense, Botafogo, Internacional, Ponte Preta, agora no Mirassol.
* Ronaldo Mendes vai para o sexto jogo consecutivo pelo Paysandu. Nada mal para um atlera que ficou sete meses sem jogar, chegou e logo estreou. Só os profissionais muito dedicados conseguem esse feito, sendo reforço real. Como disse Hélio dos Anjos, Ronaldo Mendes "é um cavalo pra trabalhar".
* Marcelo Silva, lateral-direito vitorioso no Remo, no Paysandu, no Santos e Athletico Paranaense, nos anos 90, agora é empresário em Pernambuco no ramo de Seguros. Está com 57 anos e sente muita saudade de Belém, como fez questão de dizer em conversa com o colunista na última sexta-feira.
* Demorou, mas o meia José Aldo, ex-Paysandu, engrenou no Ituano. Virou titular na Série B e já totaliza 31 jogos na temporada. Porém, ainda não marcou nenhum gol. Pelo Papão foram seis gols em 50 jogos. Xodó da torcida bicolor no ano passado.
* Grupo tricampeão estadual pelo Remo nos anos 1977/78/79 prepara o encontro anual da antevéspera do Círio. Desta vez, o lateral Luis Florêncio, que mora em Manaus, terá a oportunidade de rever os amigos. Aderson, Dico e Mesquita lideram a organização do evento.