Em ótima safra, Leão colhe o que plantou
Ao corrigir o mau começo de 2024, o Remo se pôs nos eixos para 2025 com contratações arrojadas, mas criteriosas, e um planejamento responsável, com pré-temporada em duas etapas: a primeira em dezembro/janeiro, para os remanescentes, que tiveram prioridade nas primeiras rodadas do Parazão; e a segunda, para quem chegou em janeiro e só começou a jogar depois de cumprir as etapas básicas. Além disso, durante a suspensão do Parazão, fez uma intertemporada. Por tudo isso, o time está “voando” e começou muito bem a Série B, com 66,3% de aproveitamento.
É assim, com flagrantes vantagens físicas e emocionais sobre o Paysandu, que o Remo chega com cotação superior para a decisão do título estadual, amanhã e domingo.
Papão: detonar ou compreender?
A todo momento, torcedores pedem que o colunista detone o time do Paysandu pelo rendimento e resultados deprimentes — apenas 11% de aproveitamento na Série B! Os torcedores querem um ataque como desabafo, mas nossa função é interpretar os fatos e ajudar na compreensão.
O time do Papão está extenuado fisicamente, sem resistência, dependendo da superação dos atletas. Isso é resultado de um planejamento equivocado, e esse comprometimento físico deve persistir, no mínimo, até a 10ª rodada — ou seja, um quarto da Série B. Enquanto isso, os atenuantes são: sono bem dormido, boa alimentação (com suplementos) e dosagem do desgaste com revezamento nas escalações e substituições, conforme o nível de esforço.
BAIXINHAS
- Aos que pedem para detonarmos o time do Paysandu, lembro do próprio Papão de 2023 e do Remo no ano passado. Times que não rendiam por questões físicas, que pareciam fadados ao rebaixamento e que se recuperaram ao resolver os problemas. A diferença agora é o desgaste avançado, que só se resolve com tempo de recuperação.
- São inevitáveis as comparações do sucesso do Remo nesta Série B com outras campanhas exitosas. Em 1992, também na Série B, o Remo liderou seu grupo nas primeiras duas fases com 11 vitórias, 5 empates e 4 derrotas. Na terceira fase, desabou: uma vitória, um empate e quatro derrotas. Ficou em 5º lugar geral entre os 32 clubes do campeonato.
- Estamos na 112ª edição do Campeonato Paraense. A decisão de 2025 será a 63ª com o clássico Remo x Paysandu, incluindo as que encerraram triangulares, quadrangulares e pentagonais. O Remo conquistou 33 dos seus 47 títulos vencendo o rival. O Paysandu, que tem 50 títulos, venceu 29 em Re-Pa.
- A demissão do executivo de futebol Felipe Albuquerque gera expectativa de algum efeito no ambiente do Paysandu. Apesar do esforço para melhorar suas relações interpessoais no trabalho, Felipe acumulava desgastes que resultaram na dispensa. Rodrigo Pastana, ex-Guarani/SP, é o mais cotado para o cargo.
- O jogo Remo 1 x 0 Amazonas estabeleceu o recorde de público desta Série B, com 27.514 ingressos vendidos. Também foi recorde de renda: R$ 1.258.135,00. A torcida fez mais uma festa belíssima no Mangueirão lotado, e o clube lucrou R$ 860 mil. Fase pródiga!
- Gabriel Mesquita, Eliel e Maurício são três jogadores que o Paysandu não poderá utilizar na decisão estadual. No Remo, os impedidos são Régis, Pedro Costa, Luan Martins, PH, Camutanga e Madison — todos chegaram após o prazo de inscrições no Parazão.
- O bicolor Nicolas lidera a artilharia do Parazão com seis gols. Paulo Rangel (Castanhal) saiu com cinco. Entre os que seguem na competição, Adailton (Remo) e Rossi (Paysandu) têm quatro. Os azulinos Dodô e Pedro Rocha marcaram três.