CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Em 15 anos, mais de R$ 75 milhões de verba pública no Parazão

Carlos Ferreira
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Dados do Portal da Transparência, levantados pelo jornalista André Laurent (TV Liberal), em preciosa contribuição a esta coluna, mostram que desde 2008 quatro governos injetaram mais de R$ 75 milhões nos clubes e no custeio do Campeonato Paraense de futebol profissional, através de Seel, Funtelpa e Banpará. Qual foi o efeito prático desses investimentos?

Do ponto de vista do patrocinador, com as transmissões exclusivas da TV Cultura, é a potencialização da sua comunicação, além das vantagens políticas. No desenvolvimento dos clubes, porém, não há resultados que justifiquem. A leitura é de dinheiro gasto na importação de jogadores, a maioria de produtividade pífia.

Só a FPF é habilitada para receber a verba

Como os clubes não atendem pré-requisitos de gestão contábil para convênios com o poder público, a FPF recebe, repassa as verbas e faz a prestação de contas ao TCE. Diante dos fatos inaceitáveis desde campeonato, por péssimas condições de gramados, adiamento de rodada por logística mal planejada e questões jurídicas por amadorismo de alguns clubes e deficiências de comunicação do TJD, chegou a hora de profunda reflexão.

Um evento tão caro, de imensa visibilidade e repercussão, não pode repetir, ano a ano, os mesmos pecados. Assim, mais cedo ou mais tarde, vai perder a sua galinha dos ovos de ouro.

BAIXINHAS

* Com as causas claramente identificadas, a FPF, como gestora do Parazão, tem obrigação de tomar iniciativas. O primeiro passo é oferecer meios de capacitação a quem trabalha na legalização de atletas nos clubes.

* A FPF pode e deve mobilizar forças políticas para que as prefeituras coloquem os estádios do interior em condições, inspecionar previamente e vetar gramados inaptos. Também pode e deve buscar solução para as deficiências tecnológicas do Tribunal de Justiça Desportiva.

* Amanhã, o TJD vai julgar pedidos de anulação de penas não cumpridas pelos atletas Hatos (Bragantino) e Guga (Águia), julgados sem notificação. Em ambos os casos teria havido omissão do Itupiranga, clube que os atletas defendiam quando receberam cartão vermelho.

* Se as penas forem anuladas, perdem sentido as denúncias do Paragominas e o campeonato já recomeça esta semana. Caso contrário, a decisão do destino do Parazão fica para o julgamento das denúncias, terça-feira.

* A pesquisa sobre verba do estado no futebol profissional paraense, do jornalista André Laurent, citada no início da coluna, foi orientada pela Dra. Mirleide Chaar Bahia, no mestrado em Planejamento do Desenvolvimento do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA.

* Os dados dos investimentos, ano a ano, vão constar na dissertação do mestrando Laurent, sob o título "O dinheiro do povo em campo: a política pública de financiamento do futebol profissional masculino do Pará".

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