"Decisão raiz", para salvar a lavoura
Além de a decisão ser com Re-Pa, o jogo de hoje é no estádio do Remo e o de quarta no estádio do Paysandu, como nos velhos tempos, já que o Mangueirão só reabre em setembro. Uma diferença lamentável é que a violência dos brutos impõe a necessidade de torcida única. Mas é tipicamente uma "decisão raiz", que precisa salvar a lavoura de um campeonato muito prejudicado por péssimos gramados, erros primários na organização e até tapetão.
No futebol a última impressão é a que fica. É muito importante que o Parazão 2022 tenha um bom fechamento, para aliviar os muitos arranhões. Assim mesmo, porém, terá que haver providências efetivas para um campeonato decente em 2023.
Os venenos e os antídotos no clássico
O maior veneno do Paysandu está na dinâmica de José Aldo, Serginho e Marlon, na linha à frente de Ricardinho. Mais ainda quando o irriquieto Danrlei completa o serviço no ataque. O antídoto do Remo está na marcação compacta, que faz da defesa remista a menos vazada do campeonato.
O Remo, sem Gedoz, mudou de veneno. Agora é um time que elabora menos o seu jogo e explora os passes longos de Marlon e Paulinho Curuá, além dos serviços de Brenner como pivô.
O jogo aéreo, nas faltas e escanteios cobrados por Ricardinho e Marlon, é outra esperança de lances decisivos para os dois lados. Mais ainda porque a tendência é de jogo truncado, com os dois times mais aplicados na destruição do que na construção. Afinal, é apenas a primeira metade da decisão.
BAIXINHAS
* Deselegância do Paysandu como anfitrião e do Remo como visitante, no Re-Pa de fevereiro, na Curuzu, também somou nos arranhões deste campeonato como queixas, acusações mútuas e "lavagem de roupa suja" nas redes sociais. É obrigação dos dois clubes oferecer recepção decente neste decisão. Isso é questão de civilidade.
* Wagner Nascimento Magalhães, carioca, 42 anos, árbitro Fifa, comandante do Re-Pa de hoje, é administrador de empresas. O jogo mais recente que ele comandou foi o Fla-Flu, quarta-feira, 2 x 0 para o tricolor no primeiro duelo da decisão carioca.
* Anderson Uchôa, o homem que nunca perdeu um Re-Pa. Ele disputou oito pelo Paysandu e três pelo Remo. Fez dois gols no clássico com a camisa bicolor. Hoje, ele defende essa invencibilidade e o Remo defende outra. O Leão não perde para o rival há oito confrontos.
* Jogadores que não participaram do Re-Pa de fevereiro (1 x 1, na Curuzu) e hoje são estreantes: Polegar, Heverton, Mikael e Serginho no Papão; e Paulinho Curuá no Leão, além de alguns reservas, como o azulino Raul.
* Paulo Bonamigo jamais foi campeão no Remo, embora tenha longa folha de serviços no clube, inclusive um acesso no Campeonato Brasileiro. Márcio Fernandes já foi campeão paraense como atleta do Paysandu e como técnico do Remo.
* Para qualquer dos dois técnicos, esse título significa fôlego para a próxima missão, que é a mais importante da temporada: a conquista do acesso à Série B de 2023. O campeão irá com crédito e o vice em bébito, fragilizado.