Decisão da Copa Verde tem pressão em duas dimensões
Vindo de uma sequência de cinco jogos sem vencer, o Paysandu enfrenta sua própria pressão por uma reação. O título da Copa Verde seria perfeito para redimir e revigorar o time bicolor. Para o Goiás, porém, a pressão hoje tem uma dimensão muito maior. A conquista da Copa Verde de 2023, justamente sobre o Paysandu, foi o único título do clube nos últimos sete anos. Além disso, atualmente o título da CV tem o poder de evitar o vexame de ficar fora da próxima Copa do Brasil. O Papão já está garantido.
O time paraense busca a glória da conquista e uma vaga direta na terceira fase da Copa do Brasil, o que representa mais de R$ 3 milhões em cota e bilheteria. Caso não consiga, terá de disputar a competição desde a primeira fase. O Goiás, por sua vez, não tem meio-termo: ou conquista o acesso direto à terceira fase ou ficará de fora, com todas as consequências e cobranças que isso acarreta.
Um jogo ditado pela força mental
As circunstâncias fazem do Goiás um time tenso. E essa tensão tende a aumentar ao longo do jogo, caso o Paysandu resista. Mais ainda se o Papão abrir vantagem no placar. Por isso, é possível afirmar com certeza que o jogo será ditado pela força mental.
O Goiás dependerá de equilíbrio emocional para não se desorganizar. Já o Paysandu precisará de aplicação tática e muito esmero na marcação para induzir o adversário ao erro. Evitar falhas, tanto coletivas quanto individuais, é o grande desafio nessa tensa decisão, que começa às 21h, em Goiânia.
Baixinhas
- Injustificável a conduta de Dodô ao ser substituído no jogo contra o Coritiba. Foi acintosamente desrespeitoso com o técnico Daniel Paulista. Tem a obrigação de se desculpar publicamente — e, ainda assim, mereceria alguma punição.
- Há relação entre a função tática de Felipe Vizeu e o sucesso de Pedro Rocha. Grandalhão e inteligente, Vizeu arrasta a marcação para fora da área e abre espaço para Pedro Rocha surgir como finalizador. Está dando muito certo! Mas é notória a ansiedade de Vizeu pelo gol, a ponto de se atrapalhar em suas oportunidades.
- Pedro Rocha volta a Criciúma engrandecido. Pelo time catarinense, fez sete jogos e nenhum gol na temporada passada. Pelo Remo, já marcou oito vezes (quatro só no Campeonato Brasileiro) e vem se destacando na artilharia da Série B. Felipe Vizeu retorna em situação semelhante: três gols em 15 jogos. No Criciúma, foram 13 gols em 64 partidas.
- O carioca Edílson, de 30 anos, está entrando no seleto grupo das raridades do futebol brasileiro. Vai completar 100 jogos pelo mesmo clube — o Paysandu — justamente hoje, contra o Goiás. A noite será perfeita para ele se o Papão for campeão. Edílson já conquistou uma Copa Verde com a camisa bicolor, além de um acesso e um título paraense.
- Presença de Rossi no ataque, ausência de Quintana na zaga e possibilidade de Leandro Vilela no meio-campo. Entre lesionados e jogadores em recuperação, o Paysandu se recompõe com espírito de superação para a grande decisão de hoje.
- Foi nítido que o lateral Alan Rodrigues forçou o terceiro amarelo diante do Coritiba. O atleta deu a entender que corria risco de lesão e que precisaria ser poupado do jogo de sexta-feira, em Santa Catarina, contra o Criciúma. Juntou necessidade à conveniência. Sávio será o substituto.
- Giovanni, sob reprovação unânime entre os torcedores do Paysandu, já disputou 17 jogos pelo Papão (dois gols e uma assistência) e, em três meses, ainda não entrou em forma. Um desafio para a comissão técnica bicolor é recuperar o atleta, cujo talento é inquestionável. No ano passado, Giovanni fez 41 jogos, marcou 5 gols e deu 6 assistências pelo Avaí.