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CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Ari e Papelin: mais de nove horas em até 50 telefonemas por dia

Carlos Ferreira
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Como você imagina que seja o processo de contratações em clubes tão importadores como Remo e Paysandu? O colunista ouviu os executivos Ari Barros (Papão) e Sérgio Papelim (Leão), que falaram de uma rotina de mais de 12 horas/dia dentro dos clubes, mais de nove horas ao telefone em até 50 telefonemas (emitidos e recebidos) e permanente troca de mensagens.

O processo começa pelo técnico mostrando as necessidades e os analistas de desempenho e de mercado levantando nomes dentro de um determinado perfil técnico-tático-comportamental. Havendo aprovação do técnico, o executivo faz as sondagens para abrir (ou não) as negociações. Os interesses em questão são diversos. Envolvem os atletas, os empresários, os familiares, o projeto, a vitrine e as condições oferecidas pelo clube, sempre nos limites do orçamento.

O que pesa nas negociações

Em meio às manhas e artimanhas de toda transação comercial, pesam contra os nossos clubes a distância de Belém para os grandes centros, a baixa visibilidade do campeonato paraense para o país, o fato de o Remo estar na Série C, a concorrência acirradíssima para o Paysandu na Série B... A favor, o fascínio dos atletas pelas duas torcidas.  Tudo entra nas argumentações. Ao fechamento, Leão e Papão são forçados a pagar mais caro para ter atletas disputados no mercado.

Cada negociação é um "jogo de xadrez". Tem que saber mexer as peças do jeito certo, na hora certa. Afinal, há muita especulação, nomes "plantados" nas redes sociais e na imprensa, manobras para valorizar os atletas e ganho de tempo. Muito puxa-encolhe, até a assinatura de contrato.

BAIXINHAS

* Na conversa com o colunista, Ari Barros relatou que estava com 146 contatos pendentes no celular, dos últimos três dias, tal o assédio de empresários e de intermediários. Mensagens de texto e de áudio, com oferecimento de jogadores.

* Papelim fez questão de dizer que não deixa evoluir conversa com intermediários. São pessoas do mercado que oferecem atletas que não representam. Fazem a intermediação por uma comissão, se a transação for fechada.

* Técnico, analistas de desempenho e de mercado, dirigentes estatutários e o executivo trabalham em equipe no mutirão. No Remo, esse trabalho tem sido mais restrito, com o presidente Antônio Carlos Teixeira sendo o único dirigente estatutário na equipe.

* As esposas dos jogadores tem larga influência no "sim" ou no "não". Em geral, o que importa pra elas é o que a cidade oferece. Tem que haver forte argumentação para que Belém pareça atraente ou compensada pelas perspectivas nos clubes.

* O propósito desta abordagem foi apenas mostrar quanto está complexo o processo de contratação no futebol. Também mostrar como os executivos precisam se desdobrar neste período em que o trabalho deles produz sucesso ou fracasso num futuro breve.

* Muriel, que entrou nos noticiários como provável novo goleiro do Remo, não quer voltar agora do Chipre. Meia Eduardo Person, destaque do Ituano, descarta a hipótese de Série C. E o Tombense não admite liberar o lateral Manoel para o Leão por ser concorrente direto na Série C.

* Possibilidade real para o multifuncional Jaderson, do Athletico Paranaense, que fez 37 jogos pelo Tombense na Série B. É um jogador de 23 anos que faz as mesmas funções de Pedro Victor, cuja renovação de empréstimo já está sendo tratada com o Fortaleza. Com o zagueiro Ligger e o lateral Raimar, já são 11 contratados.

* Paysandu estará muito bem servido se confirmar a contratação do volante/meia Val, paraense de Tailândia, 26 anos. Formado no Inter/RS, ele fez sucesso no Botafogo/SP e no Coritiba. Bom cobrador de faltas. Em Portugal desde a temporada passada, está em baixa no Marítimo. Tudo indica que virá. Zagueiro que disputou a Série A também está engatilhado.

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Carlos Ferreira
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