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Alta rotatividade, um dos males do Papão

Carlos Ferreira

O jogador com maior quilometragem no Paysandu tem apenas 47 jogos. É o zagueiro Genílson, capitão do time. Abaixo dele, os principais são Thiago Coelho com 40, João Vieira com 33 e Ricardinho com 21 jogos. A rotatividade de atletas é tão grande na Curuzu que o técnico Márcio Fernandes supera todos, com 56 jogos. Vinícius Leite chegou pra um novo ciclo, depois de 63 jogos na primeira passagem.

A alta rotatividade de jogadores não é e nunca foi perfil de times gloriosos. O Paysandu tem todas as comprovações na sua própria história. No entanto, escolheu  andar na contramão, em permanente recomeço, buscando objetivos urgentes. Futebol conduzido assim, sempre atropelando etapas, reflete falta de projeto.

Remo pode estar "virando a chave"

A rotatividade de jogadores é alta também no Remo, mas há sinais da formação de uma base já bem simbolizada por Vinícius (221 jogos), Anderson Uchôa (87), Pingo (50), Ronald (49),  Paulinho Curuá (38 jogos).

O executivo Thiago Gasparino e o técnico Marcelo Cabo têm fixação no propósito de desenvolver o projeto iniciado no futebol do Remo, para produção qualificada, lançamento gradativo e projeção de atletas da base. Por isso, o Remo contratou Fábio Cortez, ex-Vasco, para gerenciar a verticalização dos trabalhos. Isso consiste no treinamento (e jogos) dos atletas da base no mesmo modelo de jogo praticado no profissional. Eles estão cobrando do Remo a participação em torneios de base fora do Pará: intercâmbio. O Remo pode estar "virando a chave".

BAIXINHAS

* Jogadores mais longevos do Paysandu nas últimas temporadas: Perema, 175 jogos em cinco temporadas; Nicolas, 103 jogos em duas temporadas e meia; Marlon, 90 jogos em três temporadas. No elenco atual, Genílson com 47 jogos em um ano e três meses.

* Apesar da pressão nas urgências, o Paysandu tem que "virar a chave" e se voltar para objetivos de médio a longo prazos. Isso consiste em mudar a mentalidade e as atitudes. É sair do ciclo vicioso e entrar no ciclo virtuoso do futebol, como indústria.

* O Remo teve grandes avanços nos últimos seis anos. Melhorou muito a estrutura física, inclusive com o CT, muito também a estrutura organizacional, e a vida financeira, a ponto de estar quitando uma dívida trabalhista que há oito anos estava em R$ 15 milhões e parecia impagável.

* Falta, no entanto, uma cultura mais profissional no futebol. A alta direção ainda tem condutas amadores que vêm estragando as relações de trabalho. Ano passado, por exemplo, o time sucumbiu na Série C por bebedeira desenfreada de jogadores, na falta de comando firme. Desta vez, é fundamental que Thiago Gasparino e Marcelo Cabo fiquem muito atentos.

* Axel Lopes, um gaúcho de 30 anos glorificado na Amazônia. O goleiro que é festejado como herói em Marabá, está na região desde 2017, quando transferiu-se do Tupi/RS para o Santos/AP. Depois, Tuna, Bragantino, Castanhal, Parauapebas e agora o Águia, sempre com grandes performances.

* Só restou o lateral Raí pendurado em cartões amarelos no Remo, no Parazão. Pablo Roberto, Richard Franco e Pedro Vitor cumprem suspensão no jogo deste domingo, contra o Castanhal. Raí está pendurado, mas Leonan está de volta. Isso indica Leão com força máxima no Re-Pa.

Carlos Ferreira