Leão: Cabanagem pode ser mais que cartada de marketing
Por mais comercial que seja o objetivo, pode ter função didática a associação entre o Clube do Remo e a Cabanagem, na cartada de marketing para promover o lançamento da terceira camisa. É forte a mensagem de que a nova camisa tem a cor do sangue dos guerreiros, que por cinco anos mataram e morreram lutando para libertar a região do poder regencial, buscando condições dignas de vida.
É importante que a ação vá além do vídeo usado nas mídias sociais para associar o produto novo (camisa) ao histórico movimento social de revolta popular. O Remo cumprirá papel relevante se avançar com outras ações que despertem o interesse dos seus torcedores, do público em geral, para o que foi a Cananagem: causas, desenvolvimento e consequências.
Leão também está em processo de libertação
Sem a menor intenção de comparar o incomparável, digo que o Remo ainda vive o seu processo de libertação, também como resultado de lutas e incompreensões. O clube vem dando passoas à frente na mentalidade de gestão, na conquista de credibilidade e se libertando, pouco a pouco, das amarras da dívida trabalhista, cuja quitação está programada para 2022.
Até alguns anos atrás, o Remo parecia um clube da era regencial em pleno mundo moderno. Uma defasagem que rendeu grandes prejuízos financeiros e morais. O clube está em plena reconstrução, dando boas perspectivas à torcida, e não pode perder o trem da história.
BAIXINHAS
* Nada é mais importante nos objetivos do Paysandu, este ano, que o acesso à Série B. Mas a conquista de um título é ambição que também move os bicolores, assumidamente vorazes para a reta decisiva do Parazão. É isso ou podem ver o rival ser tri, ou ainda ver o título ir para o interior.
* Particularmente obstinado está o técnico Hélio dos Anjos, que em 32 jogos no clube tem apenas duas derrotas, além de 12 vitórias e 18 empates, mas não conquistou nada. A mesma obstinação tem o azulino Mazola Júnior, cujo único título como técnico foi o alagoano de 2016 pelo CRB.
* Pandemia jogou a favor do Remo ao impedir a viagem de Rafael Jansen para Israel. O zagueiro está de volta, muito bem recebido, já se reintegrando ao elenco azulino, que tem outros cinco zagueiros: Fredson, Neguete, Mimica, Keven e Gilberto Alemão. Mas Jansen e Leão ainda negociam algumas questões.
* Depois de bom começo no Paysandu, em dupla com Nicolas, eis que Uiliam Barros vai perdendo espaço. Já havia sido barrado por Dadiv Souza e agora ganha dois novos concorrentes: Erick Bessa e Matheus Anderson, sem contar com Elielton, que não deixa de ser mais um concorrente.
* Em telefonema ao colunista, o ídolo remista Bira pediu registro do seu agradecimento ao empresário Alírio Gonçalves, ex-dirigente da Tuna, por amplo apoio no seu tratamento clínico. Grato a todos que estão contribuindo no suporte financeiro do seu tratamento, Bira enfrenta um câncer no fígado, em Macapá.