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Marque encontro com o desconhecido

Bel Soares

Um dia desses ouvi uma pessoa dizer “eu só consumo o que gosto, vale pra comida, música, livro e filme”. Bastou mais alguns minutos de conversa pra que eu conseguisse perceber nele  algo que considero muito previsível pra quem age assim: um repertório limitado e cheio de vieses cognitivos.

Pausa pra definição: viés cognitivo, pra quem não sabe ou lembra, é um padrão de distorção de julgamento em que uma análise é feita de maneira tendenciosa. Ou seja, uma situação não é analisada com base em evidências e sim na percepção que a pessoa tem da situação.

É bem comum que pessoas que “consomem sempre as mesmas coisas” sejam inclinadas para um comportamento tendencioso e parcial somente ao que está alinhado com o que gosta, pensa e sente comunhão. Mas, é importante lembrar que a incapacidade de olhar para além daquilo que gostamos, pensamos, acreditamos e nos identificamos, limita nossas chances de evoluir, desenvolver, crescer e até, quem sabe, furar aquela bolha onde queremos entrar.

Diego Pagura, CCO de um Instituto que é líder global em pesquisa de mercado e opinião pública, costumar dizer que “O ser-humano é o mesmo há dois mil anos, suas necessidades essenciais não mudam, pois, continuam precisando se relacionar com outras pessoas e vivem em busca da melhor equação na qualidade de vida”. Eu concordo que, normalmente o que muda não são as essências, mas sim os comportamentos e, portanto, isso me leva a defender ainda mais a urgência em buscarmos repertório.

E essa busca, que vai agregar na sua jornada pessoal e profissional, pode ser muito mais significativa se nela couber espaço para o novo. E nem tô me referindo somente a novidades atuais, até porque aquilo que você não está habituado a consumir pode ser algo de 1930 e ainda assim será algo novo pra você.

Me refiro a ideia de ouvir outras canções, conhecer outros compositores, dar uma olhada naquela exposição que tá rolando, dá uma lida naquele livro que nem é do seu autor preferido, assistir aquele documentário recomendado que você julgou mesmo antes de dar uma espiadinha. Claro, que isso não é regra pra entrar na sua rotina, eu sei que a gente prefere em nosso cotidiano aquilo que “bate com nosso santo”, mas tô sugerindo apenas um espaço vez ou outra na sua agenda para um encontro marcado com o desconhecido.

Experimenta e depois me conta se isso não te ajudou a ter insights, ideias e até na sua capacidade de criar pontes. Afinal, quem amplia repertório tem maiores chances de ser disruptivo, interessante e de se comunicar melhor.

Pense nisso!

Beabá com Bel