O acesso argentino bicolor
O Paysandu com a sua camisa azul e branca, que lembra a camisa da atual seleção campeã do mundo,a Argentina, fez um jogo com cara sul-americana, como a seleção de Messi. Fez o anti-jogo, se abraçou com a vantagem, enrolou os cariocas e trouxe a vaga. Foi como o torcedor está acostumado, com muito sofrimento, mas sobrando muita entrega dentro de campo. A tropa de defensores, nos últimos 20 minutos, fez o bloqueio necessário para não correr perigo e ter a vibração e a comoção de uma torcida que já não suportava mais a Série C. Foi algo que pareceu muito difícil, mas que o próprio Paysandu tornou difícil quando não matou a parada dentro de casa. Mas não existe nada a criticar. No futebol, como na vida, só existe lugar para quem conquista e assim foi.
A trave da Santa Milagrosa
A bola na trave, que normalmente bate e entra, foi para o meio da área e depois para a linha de fundo. Um jogador que subiu livre, cabeceou como o protocolo exige, o que seria o segundo gol e a vaga na Série B para o Volta Redonda. Mas o milagre da trave, que o torcedor não vai esquecer, pode ser sim creditado por quem acredita em milagre, ao Círio, a fé, a Santa de Nazaré. Não tem como o torcedor não juntar a fé do dia a dia com o momento do Círio e o seu time de coração decidindo, no momento da trasladação, uma vaga que pelo tempo que não vinha, pode ser chamada de histórica. A chegada em Belém, em pleno Círio, sem dúvida deu um momento também histórico, de se exaltar e agradecer. Os pedidos aos pés da Santa deram lugar ao "obrigado".
Quem é o 'culpado'?
Em um esporte coletivo, quando o barco afunda, os tiros são dados para todos os lados e muitos carregam a culpa. Quando a conquista ocorre, é necessário que seja igual. Não é possível creditar a conquista só ao Hélio dos Anjos, como os próprios jogadores citaram após o jogo. Não se ouviu jogador algum em campo após o jogo dizer que a diretoria, o presidente e seus pares, tiveram algum mérito. Ninguém pode esquecer que para o Hélio retornar ao Paysandu não foram os jogadores que contrataram. Mas é inegável que o Hélio deu aula dentro da Curuzu ao fazer o time dentro de campo e os bastidores da Curuzu, mudarem de postura e buscar o tão sonhado acesso. Talvez os dirigentes não sejam tão populares, quem sabe é isso.
Apito Final.
Robinho, capitão bicolor, usou toda a sua experiência para comandar o time e levar os seus companheiros para a Série B. Em seu relato pós-jogo, disse que jogou em muito time grande, ganhou muita coisa importante, mas que no Paysandu é diferente.
Robinho disse que gostaria de estar na final, que é um jogador campeão, mas que os cinco anos que o Paysandu está fora da Série B não tem outro sentimento que não seja de conquista. Inclusive anunciou para o Brasil que a festa em Belém seria grande.
Com o Paysandu na Série B de 2024, é necessário que se repita o dia posterior ao término do Círio ou até do carnaval e que a comemoração continue pelo torcedor, mas é preciso focar em já colocar no radar, jogadores que venham reforçar o elenco.
Foi como o futebol permitiu, como Nossa Senhora permitiu e como o torcedor gostaria. Papão na Série B em 2024. Parabéns!