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Coleta só será normalizada na quinta-feira, diz Prefeitura de Belém

Victor Furtado

No segundo dia após a retomada da coleta de lixo em Belém, muitas ruas ainda estavam sujas. E a prefeitura adianta: a situação só deverá ser normalizada a partir de quinta-feira (6). Isso se nenhum novo impasse ocorrer entre o poder público e a Guamá Tratamento de Resíduos, operadora do aterro sanitário em Marituba. A prioridade da limpeza tem sido hospitais, feiras e mercados.

Só no domingo (2), foram recolhidas 270 toneladas de lixo. No entanto, a geração de lixo da cidade varia de 700 a 1 mil toneladas por dia. Só que isso se gerencia pelas coletas diárias, com rotas planejadas. As operações no aterro sanitário de Marituba estão sendo muito mais cautelosas. O espaço está operando acima do limite que a Guamá Tratamento de Resíduos — que administra o aterro — considera seguro.

"Desde as primeiras horas desta segunda-feira, diversas equipes de limpeza estão nas ruas trabalhando na coleta do lixo em todo o município. Será preciso recolher os resíduos acumulados nos três dias de atraso e mais os que são produzidos diariamente. A prefeitura está atuando com toda sua equipe e também com efetivo das empresas terceirizadas para normalizar a coleta do lixo domiciliar o mais rapidamente possível", informou em nota.

Enquanto isso, o lixo segue incomodando e assustando a população. Na avenida Bernardo Sayão, no bairro do Jurunas, próximo ao Portal da Amazônia, os resíduos já tomaram conta da calçada. "Lixo incomoda todo mundo e ninguém vai deixar em casa. Então o pessoal está jogando onde tem menos movimento de pessoas. A cidade toda está muito suja. Até no bairro de Nazaré. Desde que surgiu o problema do lixão, não vimos mais o pessoal vindo limpar", comentou Florisvaldo Oliveira, morador da passagem Santa Fé, na tarde desta segunda (3).

Condomínios, pela quantidade de moradores concentrados num único espaço, também têm enfrentado um desafio na hora de gerenciar a geração de resíduos. "Já estamos usando nossos contêineres reservas. No domingo, geralmente não temos coleta e já tinha resíduos acumulados. E agora de domingo para segunda, veremos resultados nada positivos. Estamos acompanhando, mas não temos como fazer uma campanha interna com os moradores. Não podem ficar com lixo dentro do apartamento", pontuou Urano Trajano, administrador do condomínio Rio Mendoza, no bairro do Marco, onde há quase mil moradores e lixeiras abarrotadas.

Carrinheiros — conhecidos como "bois sem rabo", que fazem serviço clandestino de coleta e descarte de lixo com carros de mão — têm sido vistos piorando pontos críticos de acúmulo de resíduos na cidade.

O senhor Raul Gomes Dias mora no bairro da Pedreira, próximo ao canal da rua Antônio Baena. O lixo tem se acumulado às margens do canal e o deixa preocupado caso uma chuva venha e arraste o lixo. Já é uma área que sofre com enchentes e pontos críticos de descarte irregular. "Um novo lixão se formando e estamos preocupados. É preciso encontrar uma solução para esse problema. Desde sexta-feira só acumula lixo. Pagamos nossos impostos!", critica. 

O Liberal