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Promessas revelam histórias de fé

De objetos de cera a crianças vestidas de anjinhos, as promessas mostram o lado humano da Quadra Nazarena

Victor Furtado

As promessas são um elemento fundamental das romarias do Círio de Nazaré. Algumas são materializadas em símbolos, como objetos e vestimentas. Outras são representadas em gestos, como ir na corda ou ajudar outros promesseiros e romeiros a cumprirem as próprias jornadas, fornecendo comida, água, abanando ou encorajando.

Uma das mais tradicionais e simbólicas promessas é acompanhar a procissão com esculturas de órgãos feitos em cera e casinhas, feitas em diversos materiais e livros de cursos superiores específicos. As crianças vestidas de anjo também são comuns. Mas há espaço para promessas inusitadas, como performances artísticas.

Renan Felipe e Liliane fizeram uma promessa pela saúde da filha. Os detalhes ficam na intimidade da família, mas o casal garante que a promessa deu resultado. Então, por 10 anos, a menina vai vestida de anjinho à Trasladação. É a romaria que eles mais amam. "Já pagamos a promessa por seis anos. Nossa Senhora está conosco desde sempre. E vai continuar pelo resto de nossas vidas", disseram.

Michel Garcia virou pai, novamente, há pouco mais de 60 dias. A esposa fez uma promessa pela saúde da criança. E a neném veio muito sadia. Então, com ela vestida de anjinho, acompanharam a Trasladação. Mas o pagamento das promessas não acaba aí. Neste domingo de Círio, a família toda distribui água para outros devotos na procissão.

Lourdes Paredes, há alguns anos, se viu acuada com um sinal estranho que surgiu no pé dela. Era o alerta para um possível câncer. Ela conta que se agarrou com Virgem de Nazaré e pediu para que aquilo não evoluísse. Deu certo. "O sinalzinho agora não é nada. Então venho agradecer à Nossa Senhora sempre pela minha saúde com esse pé de cera", contou.

Algumas famílias se organizam e uniformizam para as procissões. Uma delas é a família Carneiro Dias, cujas camisas identificam o clã de longe. Lilian Carneiro diz que essa tradição é tão antiga que chegou ao ponto de se perder a origem. "Todos os anos, passe o sufoco que passar, acompanhamos a Trasladação e o Círio. Às vezes pedindo, às vezes agradecendo. Ela é nossa intercessora junto ao Pai", comentou.

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