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'Santa Coxinha': devoção, amor à cozinha e a Nossa Senhora de Nazaré guiam empreendimento de casal

Para ultrapassar os desafios da pandemia, Keila Negrão e Sandro Cavalcante criaram empresa 'Santa Coxinha'

O Liberal

O período da pandemia desafiou vários trabalhadores autônomos de Belém, principalmente os que fazem parte do ramo alimentício. E foi buscando essa reinvenção, - para conseguir manter a família - que o casal Keila Negrão e Sandro Cavalcante deram início ao empreendimento “Santa Coxinha”. O negócio, que logo no primeiro dia já fez muito sucesso, é cercado pela devoção à “santa” padroeira paraense, Nossa Senhora de Nazaré, e amor às tradições familiares dos criadores da empresa de salgados.

Prestes a completar um ano de criação, o empreendimento de coxinha conquistou várias pessoas. A popularidade e qualidade dos salgados, que já possuem 30 sabores diversos (entre eles a coxinha de tacacá), se mantém e continua atraindo cada vez mais clientes. Para Keila, junto ao grande esforço e trabalho duro, as conquistas também fazem parte de uma benção concedida por Nossa Senhora.

“Estamos fazendo um ano, agora em outubro. Só temos a agradecer a Deus e a Nossa Senhora, pois escolhemos esse nome em homenagem à ela. Nós escolhemos a data de inauguração para ser no Círio do ano passado. E eu tenho certeza que foi ela quem nos abençoou e continua fazendo isso até agora. Por isso é 'santa coxinha'. Seria outro nome, mas decidimos por esse que ainda envolve a nossa história e devoção”, declara Keila.

A fundadora do negócio também contou sobre os desafios que enfrentou para dar início à venda e também durante o decreto de lockdown em Belém. Segundo ela, apesar de não ser fácil, eles fizeram o possível para não interromper o funcionamento, pois o empreendimento é o sustento de outras seis famílias que trabalham com a "Santa Coxinha".  


“Nós trabalhamos muito. Isso aqui, cada pedaço da decoração do Food Truck, cada pedaço do acabamento, nós fizemos manualmente. Muita gente me questionou por vender coxinha na rua, mas eu nunca tive vergonha, pois é algo nosso. Não é só o meu sustento, é a fonte de renda das pessoas que trabalham comigo. São várias pessoas que vivem de coxinha”, afirma.

Preservar as tradições da família

Filho de uma vendedora de tacacá, Sandro sempre teve o desejo de manter viva a tradição e o trabalho de sua mãe, que se dedicou por 30 anos à comercialização da comida regional. Ele contou que viu a oportunidade de conseguir associar esse sonho ao empreendimento de coxinha, e aproveitou a chance para criar o mais famoso sabor do negócio, a coxinha de tacacá.

Segundo Sandro, nos bastidores do sucesso da coxinha regional, estão anos de convivência e história da relação com a mãe: “Eu sempre imaginei uma forma de não perder a essência do que é vender o tacacá. Sempre quis idealizar um produto que contivesse o tucupi e fizesse um pouco de sentido para poder enraizar um pouquinho da cultura da nossa família. Eu vou conseguir, com isso, honrar a minha mãe”, explica. 

Mas, isso não é tão simples quanto parece. Segundo ele, foi preciso muito estudo e dedicação para conseguir a receita. “Depois de pesquisar e fazer muitos testes, a gente percebeu que era possível colocar um tacacá dentro de uma coxinha. E a 'Santa Coxinha' é dividida entre o período antes e depois desse sabor de tacacá. Eu acredito no potencial desse sabor e acho que podemos ultrapassar as fronteiras de Belém e do Pará com ele.  

Texto: Maiza Santos, estagiária de jornalismo, sob a supervisão de Heloá Canali

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