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Imagens de Nossa Senhora de Nazaré materializam a fé dos devotos da padroeira dos paraenses

“É uma santa tradicional. É a nossa padroeira”, diz Raimundo Acácio, dono de loja no centro comercial

Dilson Pimentel

Várias lojas especializadas de Belém já estão sortidas de artigos religiosos relacionados ao Círio de Nazaré. De artesanato até santinhas de todos os tamanhos, há muitas opções para decorar as casas e, assim, materializar a fé do povo paraense.

No centro comercial, muitas lojas expõem, logo na entrada do estabelecimento, esses produtos religiosos. Dono de uma dessas lojas, na travessa Padre Eutíquio, Raimundo Acácio disse que o Círio é a "festa maior" do povo paraense. “E, nessa época, todo mundo procura por imagens de Nossa Senhora de Nazaré. É uma santa tradicional. É a nossa padroeira”, contou.

Há peças de todo tamanho: 7, 10, 15, 20, 30, 40, 60 centímetros e até de 1 metro de altura. Os preços são variados. Há mercadorias de gesso e de resina. As primeiras têm valores mais acessíveis. As de resina custam um pouco mais, porque são importadas do exterior. “Nós temos peças a partir de R$ 2. Aí, dependendo do material, esse preço vai subindo”, explicou Raimundo Acácio.

Neste mês de setembro aumenta a procura por esses artigos religiosos para o Círio. “Nós estamos num período de festa. É o nosso Natal antecipado”, disse. A loja tem um estoque aproximado de três mil peças da imagem da santinha. Esses produtos são vendidos ao longo do ano. “Todo o tempo o pessoal está comprando. É uma coisa incrível. A Santa é muito procurada e muito querida”, contou.

Raimundo Acácio também é grato à padroeira dos paraenses. “Há 35 anos, eu passei por uma dificuldade de saúde. E prometi que, se me recuperasse do problema que eu estava enfrentando, acompanharia todos os Círios possíveis. E, desde então, faço isso todos os anos”, afirmou. E, tanto na Trasladação, no sábado, quanto no Círio, no segundo domingo de outubro, ele distribui 100 artigos religiosos para quem acompanha essas procissões. “Eu distribu terços e santos para aquelas pessoas mais carentes”, afirmou.

image Artesã Kamila Anaissi: "A minha casa precisa estar muito bonita para receber Nossa Senhora de Nazaré” (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

Em outra loja, na rua 13 de Maio, a reportagem encontrou a artesã Kamila Anaissi, 40 anos. “Compro a imagem para ornamentar a minha casa, porque a minha casa precisa estar muito bonita para receber Nossa Senhora”, disse. A devoção dela à padroeira dos paraenses nasceu a partir de um milagre. “A minha mãe me entregou a ela quando eu tinha 3 anos de idade. Eu estava em coma por conta de uma febre sem explicação”, contou. “E, naquele momento, ela me entregou Nossa Senhora de Nazaré e eu fiquei boa. Eu sou um milagre de Nossa Senhora”, afirmou.

Todo ano, Kamila acompanha a Trasladação. “Eu enfeito a minha casa. Eu participo da novena no meu prédio. Então a minha casa tem a guirlanda da porta de entrada, tem toalha de mesa, tem louça de Nossa Senhora”, disse. Guirlanda é um adorno feito de plantas, flores ou ramagens entrelaçadas.

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image O autônomo José Antônio Mendonça e a esposa, Waldiane, produzem, em casa, imagens de Nossa Senhora de Nazaré, feitas de gesso (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

Marido e mulher produz santinhas na própria casa

O autônomo José Antônio Mendonça, 56 anos, e a esposa, a manicure Waldiane, 38, produzem imagens de Nossa Senhora de Nazaré na casa deles, no bairro do Marco. A produção é basicamente para o Círio. Os preços variam: R$ 3, R$ 5 e R$ 15 (imagem na berlinda).

Eles devem produzir mil peças este ano, feitas de gesso. O trabalho, artesanal, requer muito cuidado e habilidade, por causa dos detalhes. “Eu que pinto elas todinhas. Coloco olho, boca”, explicou Waldiane. “Não levo muito tempo para fazer. Menos de cinco minutos”, contou.

“Nunca contei no relógio porque é rápido”, afirmou. A confecção de uma berlinda requer mais tempo. “Elas são mais demoradas. Tem que enfeitar, tem que colar...”, disse. Também atuando nessa produção, José Antônio tem sete irmãos, que o ajudam a vender esses materiais no Círio de Nazaré. “Uma imagem dessas, pintadinha, só a imagem, eu passo a R$ 3 para o pessoal (para quem vai revender)”, explicou. Essa produção representa uma fonte de renda para o casal.

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