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Família acompanha Romaria Fluvial em sinal de gratidão

Mãe e filho afirmam ter sido curados de sérios problemas de saúde por causa da fé em Nossa Senhora

Dilson Pimentel

Os ribeirinhos Ana Amélia Cardoso, 64, e seu filho Alcimar tiveram sérios problemas de saúde. Ela diz que ficou "só pele e ossos". "Fui desenganada pelos médicos", conta. Já Alcimar não conseguia sequer tomar água. "Tinha gente para ser operada na minha frente, antes de mim, mas não resistiu", diz. Os médicos, portanto, fizeram o que estava ao alcance deles.

Mãe e filho, então, pediram a cura à Nossa Senhora de Nazaré. E ficaram bons. Para eles, houve uma milagre. E, pelas graças alcançadas, mãe e filho acompanham, todos os anos, a Romaria Fluvial, que neste ano será realizada no dia 12 de outubro, um sábado. Na véspera da procissão pelas águas, a família enfeita o barco com balões e fitinhas coloridas. Uma pequena imagem da santinha é levada na embarcação.

A família mora na ilha do Combu, às margens do rio São Benedito e distante, de barco e em média, 40 minutos de Belém, saindo do Porto do Açaí, na avenida Bernardo Sayão. A rotina diária de Alcimar é pesada e começa bem cedo. Às 3h, ele já está de pé. Se organiza. E, às 5h, viaja para Belém com 30 latas de açaí. De segunda a domingo. "Já tenho freguês certo", conta.

Em seu barco, Alcimar acompanha a Romaria Fluvial há três anos. "Antes, eu não tinha barco, andava no barco dos outros. Agora, não, tenho o nosso barquinho", diz. Na véspera da procissão pelas águas, a família se reúne para enfeitar o barco. E, no dia da Romaria Fluvial, eles viajam para Icoaraci às 6h. O percurso é feito em uma hora e meia. "Vamos em nosso barco. Mas tem os vizinhos que vão acompanhar também. Da minha família, tem uma faixa de 30 pessoas", afirma. SAÚDE Um problema de saúde interrompeu, durante um tempo, a atividade do ganha-pão de Alcimar. "Fui operado de apendicite. Pedi para Deus para sair desse negócio. Passei um mês e pouco internado no Pronto-Socorro da 14. Me alimentava por uma borracha (sonda)", conta.

O médico disse a ele que, curado, levaria um ano para trabalhar e carregar peso. Isso foi em 2001. Alcimar relembrou esse período doloroso da vida dele: "Cheguei do mato. Almocei e deitei. Quando me acordei, levantei com uma dorzinha. Uma dor fina que vinha cada vez mais forte. Às 8 horas da noite, minha mãe me levou para o PSM da14. Bateram um raio-x e resultado: eu tinha que ser operado o mais urgente possível", relata. Hoje, Alcimar está curado. "Agradeço a Deus e a Nossa Senhora de Nazaré. Me deram a saúde. É só rezar, agradecer", diz. "Ela me deu a saúde. Jamais vou me esquecer dela. Sem ela, nesse mundo, não sou nada", complementa.

Mãe de Alcimar, Ana Amélia lembra que, quando adoeceu, a Medicina não lhe deu esperanças. "Os médicos disseram que não tinha cura. Mas fiquei curada, graças a Deus", lembra. Ela também recorda da época em que adoeceu. "Eu tava trabalhando. Quando vim de lá, atei a rede. Minha filha chegou. Aí, senti uma pontada. Achei que era mutuca (inseto). A dor começou. Passei a noite e não dormi com dor. De manhã, me levaram na farmácia e aplicaram injeção. No outro dia, no pronto-socorro. Lá, soro, remédio. Nada. Fui duas vezes no PSM. A costa ficou toda vermelha e latejava", disse. "Bateram chapa para ver o que o era. Era uma bactéria. Fui operada. Isso é doença que não tem cura, o médico disse para o meu filho. Se me curasse, me tirasse daquele hospital, fiz a promessa (sair no Círio Fluvial). Depois, vim embora pra casa. Mas disseram pra eu ter muito cuidado. Graças a Deus, sarou", disse. Para Ana Amélia, Deus e Nossa Senhora lhe devolveram a saúde. "Foi muita bênção de Nossa Senhora", acredita. "Eu tava completando 60 anos. Hoje estou com 64. Meu filho também está bem, graças a Deus", assegura. A ribeirinha também fala da emoção de acompanhar a procissão pelos rios. "A gente sente muita alegria na festa e vem pelo rio", afirmou. "Minha saúde é uma graça alcançada", afirma.

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