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Círio 2022: conheça a maior manifestação religiosa do Brasil e saiba quais são as romarias

Com início no ano de 1793, o Círio de Nazaré reúne milhões de pessoas em seus diversos dias; Com 13 romarias diferentes, a manifestação religiosa da Igreja Católica celebra Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do Pará

Gabriel Mansur

O Círio de Nazaré é uma manifestação religiosa da igreja católica que ocorre há mais de 200 anos em Belém (PA). Celebrado anualmente, sempre no segundo domingo do mês de outubro, a demonstração de fé traz como mote a devoção à Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do Pará e rainha da Amazônia. A festividade religiosa reúne milhões de pessoas ao longo das diversas romarias, considerada a maior manifestação católica do Brasil e um dos maiores eventos religiosos do mundo.  

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A celebração foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) Unesco. Com mais de 10 romarias, a manifestação religiosa volta às ruas de forma integral neste ano de 2022, após dois anos alterada por conta da pandemia de covid-19

Desde quando o Círio é realizado?

Em sua 230ª edição, a celebração ocorre desde o ano de 1793, mas teve diversas mudanças durante os anos, até o Círio que conhecemos hoje em dia. Confira algumas:

  • Em 1854 ele passou a ser realizado pela manhã, por conta das chuvas fortes que caem na cidade no fim da tarde e à noite;
  • Em 1868 é oficializado o uso da corda na procissão, com o objetivo de puxar a berlinda;
  • Em 1880 a imagem de Nossa Senhora de Nazaré passar a ir sozinha na berlinda, por determinação de Dom Macedo Costa;
  • Em 1882, o Círio passou a sair da Catedral Metropolitana de Belém, a Igreja da Sé, em substituição ao Palácio do Governo;
  • Em 1885 a população passa a puxar o carro que conduz a imagem de Nazaré;
  • Em 1901 é declarado o segundo domingo de outubro como data oficial da procissão.

Quanto tempo demora o Círio de Nazaré?

O Círio de Nazaré dura 15 dias, em um período conhecido como quadra nazarena. Neste período, inúmeras atividades ocorrem, celebrando a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. A procissão do Círio, que ocorre no segundo domingo de outubro, começa por volta das 7h e termina, normalmente, no fim da manhã.

O que são e quais são as romarias do Círio?

As romarias são peregrinações, que têm como objetivo pagar promessas, rogar por graças ou revelar a gratidão aos desejos alcançados. Normalmente são realizadas a pé ou em veículos específicos. No Círio de Nazaré, ocorrem 13 tipos de peregrinações diferentes. Confira quais são cada uma delas e quando acontecem:

  • Traslado dos Carros (05/10): ocorre desde 1980, com a procissão dos dos 14 carros do Círio, quatro dias antes do segundo domingo. Parte da Praça Santuário, na avenida Nazaré, às 20h, e termina na Companhia Docas do Pará (CDP);
  • Traslado para Ananindeua/Marituba (07/10): A imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré viaja até os municípios de Ananindeua e Marituba, saindo da Basílica Santuário, às 8h. Fiéis têm a possibilidade de homenagear e prestar devoção à imagem que segue em carro aberto. O percurso termina na igreja matriz de Ananindeua, onde a imagem fica em vigília durante toda a noite;
  • Romaria Rodoviária (8/10): Com saída às 5h30, a imagem parte em direção a Icoaraci, acompanhada de carros oficiais e de civis;
  • Romaria Fluvial (8/10): A imagem de Nossa Senhora de Nazaré parte de barco de Icoaraci, e segue viagem pela Baía do Guajará, seguida de diversos outros transportes fluviais, e leva até 5 horas, até sua chegada em Belém. Surgiu em 1986, com o objetivo de incluir na manifestação religiosa aquelas populações que vivem e dependem do rio, e que por muitas vezes não podem se deslocar para a capital para acompanhar a procissão;
  • Moto Romaria (8/10): Com início às 11h30, a imagem peregrina parte da Escadinha do Cais do Porto, na praça Pedro Teixeira, em direção a Avenida Nazaré, onde será preparada para a Trasladação;
  • Trasladação (8/10): Uma noite antes da grande procissão do domingo, a trasladação visa recordar a lenda do descobrimento da imagem, e retorna ao local de seu primeiro achado. O trajeto é inverso ao do Círio, e é o mais tradicional dos eventos anteriores ao domingo. Em 2019, mais de um milhão de pessoas estiveram na trasladação. Tem início às 17h30 e parte do Colégio Gentil Bittencourt;
  • Círio (9/10): Reunindo mais de 2 milhões de fiéis, a procissão do Círio começa às 7h, na Catedral da Sé, e a berlinda, com a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, é acompanhada até o destino final: a Basílica Santuário. A Santa percorre a Rua Padre Champagnat, Avenida Portugal, Castilho França, Avenida Presidente Vargas, até a Avenida Nazaré;
  • Ciclo Romaria (15/10): Com início em 2004, a romaria foi um pedido dos ciclistas, e ocorre no sábado posterior ao Círio. Com início às 8h, a imagem percorre um trajeto de cerca de 9km e tem um novo trajeto todos os anos;
  • Romaria da Juventude (15/10): Nesta procissão, comunidades juvenis de diversas paróquias fazem se reúnem para celebrar a rainha da Amazônia;
  • Romaria das Crianças (16/10): No primeiro domingo após o Círio, com início às 8h, as crianças têm a oportunidade de acompanhar a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, que parte da Praça Santuário e percorrer 15 quarteirões, com o objetivo de aumentar a devoção mariana entre os pequenos;
  • Romaria dos Corredores (22/10): No sábado seguinte, às 5h30, a procissão dos corredores é a mais nova entre às 13. A imagem parte da Basílica Santuário, com um trajeto de aproximadamente 8 quilômetros.
  • Procissão da Festa (23/10): A imagem peregrina parte da Comunidade Sagrado Coração de Jesus, às 8h, e reúne fiéis das comunidades que fazem parte da Basílica Santuário. Todos os anos, uma das organizações é escolhida para ser prestigiada na procissão;
  • Recírio (24/10): A última procissão ocorre às 8h, encerrando a festividade nazarena, quinze dias após o domingo do Círio, com o objetivo de permitir que os fiéis se despeçam da rainha da Amazônia. 

(Estagiário Gabriel Mansur, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)

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