Auto do Círio colore as ruas da Cidade Velha na noite desta sexta (6)
Pela primeira vez desde a criação do Inês Ribeiro é a primeira mulher a conduzir o Auto do Círio
O cortejo do Auto do Círio, uma das mais tradicionais manifestações do lado profano da festividade do Círio de Nazaré, chega à 30ª edição, levando artistas e brincantes às ruas do centro histórico de Belém. Este ano, a programação trouxe duas novidades: a estréia da Orquestra de Rua do Auto do Círio, em parceria com artistas de Belém, que apresentou um tema autoral composto especialmente para o evento, e a condução do cortejo por uma mulher. O público começou a se concentrar na Praça do Carmo no começo da noite desta sexta-feira (6) para conferir as fantasias e montagens dos brincantes que desfilaram pelas ruas da Cidade Velha.
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Inês Ribeiro é coordenadora da programação e a primeira mulher a colocar o cortejo na rua ao longo dos 30 anos de história do Auto do Círio. Para ela, o processo de preparação é comparado ao de uma gestação. "Coração de uma mulher, mana. Com seus nove meses que ela se prepara. O Auto do Círio é um filho de 30 anos e ao longo desse caminho aí tem muitas resistências com essa direção feminina. Mas a gente sempre vence, a gente sempre congrega. Meu coração é de solidariedade, de luta, pelos povos originários, pela arte originariamente Amazônica", disse.
A coordenadora reforça a importância do encontro proporcionado pelo Auto do Círio, entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a comunidade, congregando públicos diversos. "É lindo, é esse objetivo da pró-reitoria de extensão da UFPA: ir para próximo da comunidade. A universidade sai de seus muros e se congrega com todo mundo. Congrega os artistas e não artistas, a população paraense, os visitantes, os turistas estrangeiros, todos reunidos para homenagear Nossa Senhora de Nazaré", finalizou.
Fruto de um programa de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA) que busca homenagear, por meio da arte, as populações Amazônidas, chamando a atenção para as questões sociais, econômicas, políticas, ambientais e culturais da região e potencializando as expressões culturais do Pará, o Auto do Círio foi considerado um patrimônio histórico imaterial da cultura paraense.