Auto do Círio colore as ruas da Cidade Velha na noite desta sexta (6)

Pela primeira vez desde a criação do Inês Ribeiro é a primeira mulher a conduzir o Auto do Círio

Emanuele Corrêa e Amanda Martins
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O cortejo do Auto do Círio, uma das mais tradicionais manifestações do lado profano da festividade do Círio de Nazaré, chega à 30ª edição, levando artistas e brincantes às ruas do centro histórico de Belém. Este ano, a programação trouxe duas novidades: a estréia da Orquestra de Rua do Auto do Círio, em parceria com artistas de Belém, que apresentou um tema autoral composto especialmente para o evento, e a condução do cortejo por uma mulher. O público começou a se concentrar na Praça do Carmo no começo da noite desta sexta-feira (6) para conferir as fantasias e montagens dos brincantes que desfilaram pelas ruas da Cidade Velha.  

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A Praça do Carmo foi o ponto de partida para um desfile cheio de cor, criatividade e performances teatrais pautadas no tema "Nossa Senhora de Todas as Vozes da Amazônia", escolhido para esta edição de 30 anos. Um das principais características do Auto do Círio é reunir diferentes manifestações culturais e religiosas, como se viu novamente este ano, com brincantes interpretando os mais diversos personagens do vasto imaginário regional, desde os pássaros que animam os cordões juninos, passando por dançarinos do carimbó, entidades da floresta, chegando até a representação da maior e mais ilustre homenageada, a própria Nossa Senhora de Nazaré, na festa popular.

Alexandre Miranda, 54 anos, é professor e saiu pelo terceiro ano no Auto. O que começou com um convite durante o isolamento imposto pela pandemia de Covid, hoje se tornou uma paixão. "Hoje eu estou vestido de curupira, porque eu gosto de representar os mitos amazônicos. Eu comecei a participar do Auto do Círio no período da pandemia, remotamente, e agora já estou partindo para o terceiro ano de cortejo. A importância do Auto do Círio é essa descontração, uma coisa muito rica. Aporta qualquer religiosidade, tudo se volta para a Nazinha", comentou.

O percurso deste ano teve início na Praça do Carmo, onde tradicionalmente os brincantes se concentram e cuidam dos últimos detalhes do figurino, saindo pela rua Dom Bosco e percorrendo a rua Doutor Assis até a Igreja da Sé, onde acontece a Exortação. De lá o cortejo seguiu rumo ao Instituto Histórico Geográfico (IHGP) para a segunda parada, da Coroação, e fez a sua apoteose em frente ao Museu do Estado do Pará (MEP), na rua Coronel Fontoura, onde ocorre a Ascensão do Manto e encerram-se as homenagens.

image Inês Ribeiro é coordenadora e primeira mulher a conduzir o Auto do Círio em 30 anos de história. (Carmem Helena / O Liberal)

Inês Ribeiro é coordenadora da programação e a primeira mulher a colocar o cortejo na rua ao longo dos 30 anos de história do Auto do Círio. Para ela, o processo de preparação é comparado ao de uma gestação. "Coração de uma mulher, mana. Com seus nove meses que ela se prepara. O Auto do Círio é um filho de 30 anos e ao longo desse caminho aí tem muitas resistências com essa direção feminina. Mas a gente sempre vence, a gente sempre congrega. Meu coração é de solidariedade, de luta, pelos povos originários, pela arte originariamente Amazônica", disse.

A coordenadora reforça a importância do encontro proporcionado pelo Auto do Círio, entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a comunidade, congregando públicos diversos. "É lindo, é esse objetivo da pró-reitoria de extensão da UFPA: ir para próximo da comunidade. A universidade sai de seus muros e se congrega com todo mundo. Congrega os artistas e não artistas, a população paraense, os visitantes, os turistas estrangeiros, todos reunidos para homenagear Nossa Senhora de Nazaré", finalizou.

Fruto de um programa de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA) que busca homenagear, por meio da arte, as populações Amazônidas, chamando a atenção para as questões sociais, econômicas, políticas, ambientais e culturais da região e potencializando as expressões culturais do Pará, o Auto do Círio foi considerado um patrimônio histórico imaterial da cultura paraense.

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