Sargento do Exército relata milagre de ser mãe após pedido no Círio
Diagnosticada com impossibilidade de engravidar, Ana Beatriz Bahia atribui à intercessão de Nossa Senhora o nascimento da filha Ana Lívia, hoje com 5 anos
A história da 3ª sargento do Comando Militar do Norte (CMN) Ana Beatriz Bahia com o Círio de Nazaré é atravessada por um diagnóstico doloroso e por um pedido insistente que, anos depois, se transformou em milagre. Há mais de uma década, sua família mantém a tradição de entregar água aos promesseiros da corda na avenida Presidente Vargas, gesto que se tornou símbolo de súplica e agradecimento.
Foi durante uma dessas distribuições, no Círio de 2019, que a vida de Ana Beatriz mudou. “Naquele ano, eu e o pai da minha filha já tínhamos feito o pedido para Nossa Senhora: se fosse da vontade dela, que o nosso milagre viesse. E, enquanto eu dava água na corda, eu simplesmente desmaiei”, relembra.
Naquele momento, a sargento não imaginava que estava grávida. Semanas depois, veio a confirmação da gestação. O diagnóstico médico, anos antes, havia indicado que ela não poderia ter filhos. “Eu fiquei muito mal na época, mas continuei rezando, pedindo, sempre ajoelhada. Foram três Círios seguidos pedindo pela minha filha. No de 2019, a graça chegou”, conta.
O milagre de Ana Lívia
A filha, Ana Lívia, hoje com cinco anos, é lembrada pela mãe como a realização do impossível.
“Eu atrelo muito a minha filha a Nossa Senhora. Se hoje eu a tenho comigo, é graças a Ela, porque me escutou. Quantas vezes eu pedi ajoelhada, e hoje eu tenho esse presente comigo”, afirma.
A promessa não parou no nascimento. Até hoje, a família segue entregando água aos devotos da corda como forma de agradecer. “Não tem como não agradecer. Cada ano, eu me emociono, porque sei que a minha filha é fruto dessa intercessão. O Círio é a nossa renovação”, diz.
Entre farda e maternidade
Além da promessa particular, Ana Beatriz participa do Círio como militar. Ela integra o Pelotão Ponta, responsável por abrir caminho para a berlinda durante a procissão. A atuação começa cedo, na Pedra do Peixe, no Ver-o-Peso, onde os soldados formam um cordão humano. De lá, seguem até a avenida Presidente Vargas e acompanham o trajeto até a Basílica.
“É um final de semana sem descanso, mas muito gratificante. A gente sai renovado depois disso. Seja doando água, seja participando do pelotão, eu vivo o Círio. É missão e é devoção”, afirma.
A vida de sargento e mãe é, segundo ela, desafiadora. “Há dias que são mais cansativos e outros que fluem melhor. Mas é gratificante, porque graças ao meu trabalho posso proporcionar à minha filha estudo, saúde, uma casa. Tudo que ela tem hoje é fruto do meu trabalho”, explica.
A prova da fé
A maternidade também trouxe momentos difíceis. Em maio deste ano, Ana Lívia enfrentou uma internação por pneumonia e princípio de derrame pleural. Foram sete dias no hospital e mais uma semana em casa com medicação intensiva. “Não tinha uma noite em que eu não me ajoelhasse no pé do leito dela e rezasse, pedindo para que Nossa Senhora tirasse a gente daquela situação. Eu não aguentava mais ver a minha filha sofrer”, recorda.
A experiência a aproximou ainda mais da dor de Maria. “Acho que para uma mãe é a pior sensação do mundo ver um filho sofrer e não poder estar no lugar dele. É como a própria história de Maria, que viu Jesus em sofrimento. Eu digo que todas nós mães temos um pouco de Maria com a gente”, reflete.
Renovação no Círio
Superada a doença, Ana Lívia hoje está saudável. A cada outubro, a sargento renova sua gratidão e entrega à Virgem de Nazaré. “Eu só tenho a agradecer. Agradecer pela vida da minha filha, pela saúde dela, por tudo que conquistamos. O Círio me renova, me fortalece e me lembra do milagre que eu carrego todos os dias comigo: a minha filha”, conclui.
A cobertura do Círio de Nazaré 2025 de O Liberal tem patrocínio do Banco da Amazônia, Natura, Atacadão, Liquigás, além do apoio da Vale.
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