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Círio de Nazaré em Miami leva mais de 500 fiéis às ruas na terceira edição da romaria

Romaria contou com missa, traslado e procissão pelas ruas da cidade dos Estados Unidos

Gabriel Pires

Reunindo mais de 500 pessoas, a terceira edição do Círio de Nazaré em Miami foi realizada no último domingo (16), com missa, traslado motorizado, procissão e celebração final na Paróquia de Corpus Christi, na cidade dos Estados Unidos. A programação começou às 11h, com a missa do traslado na Ermita de La Caridad. 

A celebração seguiu até o meio-dia. Em seguida, às 12h30, teve início o traslado motorizado, conduzido principalmente por carros e motos, que percorreu algumas das principais ruas do centro de Miami até a Paróquia de Corpus Christi, onde foi realizada a procissão e a missa do Círio. A imagem de Nossa Senhora chegou ao local por volta das 14h, sendo levada inicialmente para uma capela. 

Devotos puderam fazer orações diante da padroeira até o início do Terço do Círio. O terço foi realizado em um altar montado em frente à Igreja de Nossa Senhora das Mercês, uma construção histórica que também funciona como museu. Após o terço, o padre Assis, reitor da Basílica Santuário de Nazaré, em Belém, conduziu a imagem até a berlinda instalada na rua lateral da igreja.

Em seguida, teve início a procissão, que percorreu cerca de 500 metros até a Igreja Matriz de Corpus Christi, onde foi celebrada a missa do Círio. Assim como na Grande Romaria, na capital paraense, a imagem de Nossa Senhora também foi conduzida pela corda. 

Festa do encontro

A importância do Círio, principalmente nos Estados Unidos, não se compara à de Belém, no Brasil, como relata Carlos Waldney, organizador da romaria nos EUA. Segundo ele, a romaria é "como se fosse uma festa do encontro", principalmente da comunidade brasileira, mas sobretudo um encontro de fé. A preparação começa desde as peregrinações da imagem, passa pela novena preparatória e, finalmente, pelo Círio propriamente dito.

“É reencontrar a sua fé; você encontra e reencontra as pessoas, comunidades, cidades de outras áreas aqui da região metropolitana de Miami; vêm todas juntas, celebram todas juntas, se conhecem. É uma atmosfera que é muito importante para todos nós. Nós, quando saímos do Brasil, deixamos muita coisa para trás. Para iniciar uma nova vida aqui, é bem verdade, cada um com seu motivo de ter vindo para cá, cada um tem o seu motivo para vir aqui, mas todos deixaram suas vidas, suas origens no Brasil”, afirma Carlos.

Para Carlos, o Círio é “esse reencontro”. “Esse momento é você ter um momento de estar ainda ligado às suas origens. Eu falo dos paraenses, falo de alguns brasileiros que já tiveram a experiência do Círio e de outros que começaram essa caminhada de devoção a Nossa Senhora, que começaram aqui nos Estados Unidos, brasileiros que começaram a ser devotos de Nossa Senhora aqui. É também um reencontro com a sua fé e uma forma de manter seus laços com o Brasil”, relata.

Tradição das novenas

Assim como nas casas paraenses, Carlos também lembra que a romaria é precedida pelas novenas. “Durante as novenas, eu costumava dizer que a preparação para o Círio era o momento ideal para fortalecermos os laços de fraternidade. Afinal, a novena aqui segue o modelo brasileiro: vamos de casa em casa, com as famílias visitando umas às outras. Muitas vezes, o que precisamos é justamente isso: uma palavra amiga”, comenta Carlos.