Prefeitura de Castanhal faz alerta para crescimento de casos de escabiose; entenda o que é a doença
O alerta epidemiológico foi dado hoje pela Secretaria Municipal de Saúde

O município de Castanhal, na região nordeste do estado, apresenta crescente número de casos de escabiose, infecção de pele popularmente conhecida como sarna. A nota referente ao aumento foi publicada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), nas redes sociais da prefeitura do município, nesta terça-feira (29). Apesar da baixa gravidade da doença, ela é altamente contagiosa, sendo transmitida principalmente pelo contato direto com pessoas, objetos ou roupas contaminados.
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A coordenação de Vigilância Epidemiológica de Castanhal, da Vigilância em Saúde,alerta a população para os casos da doença. A coordenação de Vigilância Epidemiológica de Castanhal, da Vigilância em Saúde alerta a população para os casos da doença. De acordo com a Sesma, a escabiose não é uma doença de notificação, como a dengue, por exemplo, mas muitas pessoas começaram a procurar os postos de saúde, Upa 24h e o Hospital com sintomas da doença, com receio de ser monkeypox.
A infecção é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis e se caracteriza pela intensa coceira e lesões papulares. As principais regiões afetadas são a barriga, axilas e mamas, mas pode se disseminar pelo corpo e se tornar feridas pela coceira intensa. A coceira é mais intensa durante o período da noite, e as lesões podem infeccionar facilmente.
“O ácaro possui uma variedade humana e outra canina, que também pode afetar gatos. Geralmente a escabiose humana é causada pela variedade humana e habita a pele humana, podendo sobreviver em objetos por média de 3 dias”, diz a médica dermatologista Marília Brasil.
Na análise da dermatologista, uma das hipóteses para o aumento dos casos em Castanhal é o período de férias e veraneio, que favorece a reunião de pessoas. “Por vezes, um número maior de pessoas habitam o mesmo compartimento e compartilham a mesma cama, redes, lençóis, toalhas, etc. O que favorece a transmissão da doença é a reinfecção, prolongando o tempo de transmissão e circulação do ácaro, causando verdadeiros surtos”, afirma.
“Os desafios envolvidos no tratamento, especialmente no tratamento medicamentoso e na higiene de objetos, cria fatores favoráveis à transmissão e aumento no número de casos”, complementa Marília.
Confira os principais sintomas
- Ressecamento e rachaduras
- Pequenos pontos avermelhados e com crostas na pele
- Linhas finas e onduladas, esbranquiçadas ou da cor da pele
- Coceira intensa que aumenta durante a noite
Fonte: Ministério da Saúde
Tratamento
O tratamento inicia com o diagnóstico clínico e epidemiológico por um profissional da saúde, onde se avalia o histórico de contato do paciente e de outras pessoas com a coceira. Podem ser utilizados medicamentos tópicos ou orais, no entanto, algumas medidas exigem atenção para que haja sucesso no processo terapêutico. As roupas, cobertores e toalhas dos pacientes devem ser lavados com água quente por pelo menos 20 minutos, e depois passados a ferro ou colocados na máquina de secar.
Caso não seja possível lavar as roupas, a recomendação é que fiquem fechadas em um saco plástico por três dias. Outras medidas importantes são colocar o colchão no sol e arejar o domicílio.
Além disso, pessoas que tiveram contato com os pacientes podem ter a escabiose, mesmo que não apresentem sintomas. “Todos os indivíduos que entraram em contato direto devem tratar ao mesmo tempo para evitar a reinfestação”, alerta Marília. O tratamento da infecção é trabalhoso, já que exige a administração correta da medicação e a higienização constante dos objetos, bem como o tratamento sincronizado.
A Sesma informa que, em caso de suspeita de escabiose, deve-se procurar atendimento no posto de saúde mais próximo de casa.
Como prevenir?
Segundo a dermatologista Marília, a prevenção envolve evitar o contato direto com pessoas portadoras da doença, além de manter uma boa higiene pessoal, higiene do domicílio e limpeza de objetos pessoais. “Toalhas, roupas de cama, redes, roupas pessoais devem ser lavadas regularmente. Limpeza de objetos, como colchonetes compartilhados em academias, que devem ser higienizados com álcool após uso”, afirma a médica.
*Estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidades
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