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Servidores da educação preparam ato nacional por melhorias

A Greve Geral Unificada do Serviço Público quer melhorias e, inicialmente, pretende paralisar as atividades por um dia

Elisa Vaz/O Liberal

Está programada para esta quarta-feira (16), a Greve Geral Unificada do Serviço Público, mobilizada por servidores federais. Inicialmente, está programado um dia de paralisações dos profissionais que trabalham nas universidades e institutos federais. Caso as demandas não sejam atendidas, há promessa de greve a partir do dia 23 deste mês. No Pará, participam a Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), o Instituto Federal do Pará (IFPA) e outras entidades educacionais.

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“Amanhã é uma paralisação nacional, em todo o País, em defesa do piso salarial nacional do magistério e reivindicações da educação. É um dia de luta. Será um ato unificado com várias entidades da educação básica e superior e outras organizações sindicais. Junto com essa luta, definimos uma greve para garantir o pagamento do piso salarial do magistério; PCCR unificado; pagamento dos triênios, suspensos com a 173 em 2020 e 2021, que é a lei de combate à covid-19, que suspendeu reajustes e direitos aos servidores públicos; e a principal luta, contra a PEC 32, da reforma administrativa que o Bolsonaro mandou para o congresso a fim de ser votada e paralisa o serviço público, faz corte de verbas, prega o fim do concurso público e da carreira. Nossa luta tem esse conjunto de pontos. É o Dia Nacional de Luta da Educação, e a paralisação é muito importante para garantir investimentos em educação pública e os direitos dos trabalhadores da educação”, comenta Sílvia Letícia, coordenadora do Sintepp.

Custo de vida na mira

A Associação de Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa) também faz parte da mobilização. Segundo a entidade, o intuito é denunciar o alto custo de vida, o aumento quase semanal dos combustíveis e a consequente inflação sobre os alimentos, e fazer com que os governos estadual e federal valorizem o serviço público. Haverá uma concentração em Belém, às 8h, no Mercado de São Brás, onde haverá aula pública e, depois, uma caminhada para o prédio da Receita Federal, Feira da 25 e sede da Seplad.

Diretora geral da Adufpa, Edivânia Alves afirma que a paralisação desta quarta-feira não é apenas da educação, para professores e técnicos administrativos, mas em conjunto com servidores de outros órgãos do serviço público federal. “São várias pautas. A principal é a recomposição salarial, cobrando que o governo federal pague reajuste de 19,99%, porque a gente está sem reajuste desde 2017, quando foi aprovada a Emenda 95, que congelou investimentos em educação, saúde e também nossos salários. Temos ainda perdas salariais que não foram recompostas e, quando junta a falta de reajustes mais as perdas salariais, há uma defasagem de 49,28% dos nossos salários. Essa é a pauta principal”, afirma.

Orçamento maior

Além disso, o grupo se posiciona contra os cortes na educação pública e defende que o orçamento para esta área seja maior. “A cada ano que passa cresce mais o corte, em vez de crescer o orçamento. É uma tentativa de desmonte por parte do governo federal. Queremos garantia do orçamento e aumento dele”, defende Edivânia. Outra demanda é a luta contra a PEC 32 – para a diretora, a reforma administrativa não é reforma, e sim a privatização do setor. “Estamos tentando construir uma greve nacional no dia 23. Estamos correndo porque o governo federal tem, por lei, até 2 de abril para enviar qualquer pauta dessa natureza, por ser ano eleitoral”.

Outro órgão que participa da paralisação nacional é o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará (Sindtifes-PA) – os profissionais vão parar na UFPA, Ufra, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

“Como se não bastasse a alta dos combustíveis e a consequente inflação sobre os alimentos, o governo quer que os servidores públicos continuem sem aumento salarial, mesmo com a defasagem de 19,9%, em três anos”, enfatiza o texto do sindicato

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