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Operação com oito mortos no RJ foi bem-sucedida, afirma comandante do Bope

Porta-vozes afirmam que não sabem quantos mandados de prisão seriam cumpridos e que óbitos ocorreram num único confronto

Emilly Melo

Uma operação que terminou com oito pessoas mortas foi classificada como bem-sucedida pelo comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A ação aconteceu nesta sexta-feira (11), na favela Vila Cruzeiro, que faz parte do Complexo da Penha, na zona norte carioca. 

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O chefe da comunicação da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que participou da incursão, também avaliou a ação da mesma maneira. As corporações entraram na comunidade por volta das 4h30 para cumprir o mandado de prisão contra Adriano de Souza Freitas, conhecido como Chico Bento, chefe do tráfico do Jacarezinho, que teria fugido para lá após a ocupação da favela.

Apenas uma pessoa foi presa no início da tarde, mas não foi Adriano de Souza Freitas. A polícia informou que foram apreendidos sete fuzis, um simulacro de fuzil, quatro pistolas, 14 granadas, veículos roubados e grande quantidade de drogas.

Comabdante do Bope 'justifica' mortes

"A operação foi bem-sucedida. A gente lamenta a morte de oito pessoas, que poderiam ter sido presas, mas não acataram a ordem da polícia e resistiram à nossa ação. Se eles fossem presos, seria 100% [bem-sucedida], aliás, 99% porque faltou a prisão do Chico Bento", disse à Folha de S.Paulo o tenente-coronel Uirá do Nascimento Ferreira, do Bope.

"A ação de hoje foi exitosa uma vez que, mesmo o principal alvo não tendo sido localizado, conseguimos recuperar um poderio bélico muito grande, um arsenal que é usado contra a própria população e contra o Estado. […] Não entramos com o intuito de matar, de ter efeito colateral", afirmou o agente Marcos Aguiar, da PRF.

Não foi divulgado o número total de mandados de prisão. Ao ser questionada sobre o número de procurados, a Polícia Civil respondeu que não participou da incursão. 

Polícia cita 'plano' de criminosos

A PM informou que a entrada na comunidade seria para conter criminosos "que estariam planejando ataques às forças de segurança que ocupam a comunidade [do Jacarezinho]". No entanto, ao ser questionado, o comandante do Bope demonstrou não conhecer essa ameaça. 

Ele disse ainda que a área está muito segura e que, se existe, seria um dado de inteligência. Segundo o Ministério Público, a justificativa enviada pela PM foi de que, "em resumo, a operação é excepcionalmente necessária para capturar líderes de uma organização criminosa que estão abrigados no Complexo da Penha, comandando de lá diversas práticas criminosas, inclusive em outras comunidades".

Os porta-vozes afirmaram que o confronto que terminou com oito mortos aconteceu em único ponto e todos morreram no local, não chegando a ser socorridos, e que a área foi isolada. As equipes (não foram informadas quantas por motivos de segurança) entraram por diversos locais da comunidade, que fica cercada por barricadas para evitar o avanço de blindados.

A Delegacia de Homicídios foi acionada para fazer a perícia e deixou a favela no início da tarde. Os corpos foram levados ao IML (Instituto Médico-Legal), mas ainda não foram identificados.

Emilly Melo, estagiária sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do núcleo de Política.

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