Médica cria ‘prontuário afetivo’ como forma de identificar paixões de pacientes internados

Humanizar os atendimentos médicos criando 'prontuários afetivos’ com as paixões dos pacientes foi ideia da no Hospital Universitário de Brasília (HUB). A ideia surgiu da reumatologista Isadora Jochims como forma de humanizar os atendimentos médicos em tempos tão difíceis. 

Além de manter os gostos de barulho de água, passarinhos e músicas do Raul Seixas, a profissional da saúde também faz questão de ligar para os familiares das pessoas que estão hospitalizadas. Inclusive, Isabela conta que foi assim que descobriu a paixão de um dos pacientes.

“Do outro lado da linha, ouvi um sorriso, uma risada. E as pessoas diziam: ‘Ele é torcedor do Palmeiras’, ‘gosta de Raul Seixas ‘, e fomos anotando”, diz a médica.

Trazendo o afeto da família que está tão distante, no leito do palmeirense entubado, e em coma induzido, tem o aviso: “O Palmeiras ganhou”. O recado, serve para que o paciente tenha uma boa notícia boa quando acordar.

Isadora atua na na Comissão de Humanização do HUB e viu  no prontuário afetivo uma das muitas expressões de arte possíveis na medicina. “Essa ideia de intervenções artísticas no ambiente de saúde foi uma questão de sobrevivência. De tornar o ambiente mais leve, provocando os profissionais que estão ali, atuando”.

Mas, a médica não cuida dos 'prontuários afetivos sozinha’, ela conta com a ajuda da enfermeira Dayani Adami. Ela é uma das responsáveis por ajudar a estreitar laços com os familiares e ajudar no tratamento.

O carinho dos profissionais da saúde é direcionado a todos os pacientes. Dayani explica que não existe apenas ‘só o paciente do leite 1’, ele é identificado como o que gosta de música tal, que tem filhos. 

“Quando a gente sabe que o paciente é o amor de alguém, a gente tem que cuidar dele como se fosse alguém da nossa família”, afirma a enfermeira.