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Marinha confirma chegada de óleo a Abrolhos; cientistas temem 'catástrofe'

Diretor da Estratégia Costeira e Marinha da Conservação Internacional diz que o local nunca viveu uma situação de ameaça tão crítica

Agência Estado
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A Marinha confirmou neste sábado, 2, que fragmentos do óleo que atinge as praias do Nordeste foram encontrados em uma das ilhas do Arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia, uma das áreas mais ricas em biodiversidade da América da Sul. As partículas foram detectadas na Ilha de Santa Bárbara, ainda fora do Parque Nacional de Abrolhos.

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Equipes atuam no local para a remoção do material, que também foi encontrado em Ponta da Baleia, em Caravelas. A localização dos fragmentos foi informada pelo Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela Marinha do Brasil, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Até agora, já foram relatados 296 pontos afetados pela poluição em 101 municípios dos 9 Estados do Nordeste. Na sexta-feira, dia 1º, havia registro ativo em 49 localidades. Para pesquisadores, resquícios podem ainda chegar ao Espírito Santo e ao Rio.

Guilherme Dutra, diretor da Estratégia Costeira e Marinha da Conservação Internacional, que atua no Parque Nacional de Abrolhos desde 1996, diz que o local nunca viveu uma situação de ameaça tão crítica. Segundo ele, equipes estão na região e já entraram em contato com representantes do santuário. "Estamos bastante preocupados com a chegada do óleo nos recifes pelo impacto físico da mancha, que se instala e impede a chegada de luz, e pela contaminação química, porque sabemos pouco sobre os efeitos dela." Há preocupação notadamente com corais. "São a base do ecossistema dos recifes, principal espécie construtora deles e onde os animais marinhos se abrigam e buscam alimento."

Dutra relata que, ao longo da última semana, uma grande quantidade de óleo já havia sido retirada de regiões próximas. "Canavieiras é o portal de Abrolhos no norte (da Bahia) e, no total, foram retiradas 11 toneladas de óleo de lá." Os cientistas temem ainda pelas baleias: todos os anos, cerca de 9 mil jubartes vêm desde a Antártida para reproduzir na área - em um período que normalmente vai de junho a novembro.

A situação também é acompanhada pela Rede Abrolhos, que reúne pesquisadores do Brasil e do exterior. Segundo Rodrigo Leão Moura, professor adjunto da Universidade Federal do Rio (UFRJ), "uma quantidade grande de óleo chegou à reserva extrativista do Corumbau e também em Arraial d’Ajuda, ao norte de Corumbau". "A contaminação está progredindo rapidamente para o sul. E o prognóstico é que atinja a porção mais central do Banco Abrolhos, que é a mais crítica, porque tem recifes de corais que ficam afastados da costa."

Para Moura, a chegada do óleo em Abrolhos é um evento de "natureza catastrófica, porque não há como limpar". "Se os recifes forem atingidos em massa, a recuperação, se acontecer, levará décadas."

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