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Maioria das brasileiras insatisfeitas com a vulva aponta os pelos

Pesquisa mostra que desagrado com algum aspecto da genitália está presente em 68% das mulheres

Redação Integrada com informações do Metrópoles

A maioria das brasileiras (68%) não se sente bem com pelo menos uma característica da própria genitália. E os pelos (33%) são os que mais as desagradam, seguidos pela cor (18%) e o cheiro (18%). É o que aponta a pesquisa “Os estigmas da vagina”, encomendada pela marca Intimus.

A pesquisa também mostrou que 50% das entrevistadas não sabem a diferença entre vulva (parte externa) e vagina (canal vaginal).

A sexóloga Tâmara Dias afirma que o desconhecimento da mulher com a própria vulva é uma construção social, e começa na infância.

“Começa quando ainda pequenos os meninos podem urinar em qualquer lugar e as meninas têm que se sentar de perninha fechada para ninguém ver nem a calcinha. Crescemos escondendo, sem poder tocar, sem olhar”, explica.

Pornô

Tâmara afirma que depois das primeiras limitações da infância em relação aos meninos, as moças são bombardeadas por padrões estéticos aos quais as partes íntimas não escapam. Nesse caminho, são pressionadas por idealizações presentes na pornografia, e consequentemente pela expectativa masculina, imaginando que o belo são vulvas lisas, rosadas e com lábios internos menores que externos. Quem está fora desse padrão pode achar a genitália feia.

“A maioria dos procedimentos da região íntima são motivados por padrões mostrados nesses filmes. Essa insatisfação vai refletir diretamente na autoestima, na maneira como ela se vê e como acha que o outro a vê. Isso atrapalha o sexo, porque impede que ela esteja focada no prazer quando estiver com alguém”, diz Tâmara.

Autoestima

A sexóloga Tâmara Dias aponta alguns caminhos para as mulheres que estão entre as que não aceitam a estética da própria vulva

  • “O primeiro passo é questionar os padrões que vem trazendo, se eles ainda são válidos ou fazem sentido para a pessoa que você quer ser. Se perguntar se esses padrões têm aproximado ou afastado você dos resultados que tem buscado para sua vida”.
  • “Depois é o momento de se aceitar por inteiro, se olhar com amor, se perdoar. Uma sugestão é ficar de frente a um espelho e se olhar dentro dos olhos, reconhecendo a mulher que você é, quem você se tornou com todas as vivências que teve até aqui e se acolher. Se sentir vontade, tire a roupa, olhe para o corpo que tem uma história, o corpo que te proporcionou experiências, que tem potencial para sentir prazer”.
  • “Uma sugestão é pegar um espelhinho e olhar de perto para ela. Olhe e observe seu formato, sua cor, os lábios externos e internos, o tamanho do seu clitóris, mas sem julgamentos. Pegue nela com delicadeza, sentindo sua textura, observando quais sensações você sente quando a toca, se você tem mais sensibilidade do lado esquerdo ou direito. Puxe a pelinha (prepúcio) que cobre seu clitóris, observe se ele fica mais escondido ou mais para fora, se fica mais durinho quando você o toca, se você sente algo tocando seus lábios internos.”
  • “E ainda, quando já estiver bem à vontade em ver e observar, tente no banho fazer movimentos que te proporcionem prazer, com toques ora mais leves, ora com mais pressão, devagar, rápidos. Lembre-se que seu corpo é todo seu, que você pode tocá-lo em todas as partes e que ninguém precisa saber da sua intimidade”.

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