Justiça manda Facebook remover ofensas de fãs do padre Robson
Entre os xingamentos identificados, tinha "podres, ridículos, hipócritas e gananciosos fariseus"
Uma liminar da Justiça de Goiás ordenou o Facebook a excluir postagens ofensivas feitas contra a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). Os xingamentos foram feitos por fãs do padre Robson de Oliveira Pereira, afastado da associação religiosa desde agosto de 2020. Após investigação deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), a entidade retirou o padre Robson de sua presidência, por suposto desvio de doação de fiéis para a construção do novo Santuário Basílica de Trindade, localizado na cidade.
Um perfil da rede social, segundo a decisão, difamou e caluniou a Afipe e os padres da nova diretoria. A entidade informou que, “com a recomposição da diretoria, ficou estabelecido o afastamento do padre Robson de todas as atividades religiosas e, em razão do influxo dos acontecimentos, devotos e admiradores dele procederam diversos ataques e campanhas aviltantes nas redes sociais”.
VEJA MAIS
De acordo com o processo, foram usadas expressões como “bando de urubus de batina” e “urubus do maligno”, além de chamá-los de “podres, ridículos, medíocres hipócritas e gananciosos fariseus”. O padre continua fora da diretoria da Afipe e proibido de realizar missas, mesmo depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou suspender, em maio deste ano, a investigação contra ele. O religioso foi investigado por crimes como apropriação indébita, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A associação acredita que os perfis são fakes para dificultar a identificação e as medidas judiciais cabíveis. A juíza Juliana Barreto Martins da Cunha afirmou que todas as providências estão sendo tomadas para que o caso puna os culpados. “É inegável que, em dias como os atuais, em que a racionalidade, a ponderação, a prudência e o comedimento nem sempre são observados no trato social, a veiculação de postagens como as analisadas têm o condão de expor a honra, a moral e a vida das pessoas negativamente”, escreveu a juíza, na liminar.
Além de determinar a exclusão das mensagens ofensivas, a magistrada ordenou que o Facebook forneça todas as informações e códigos necessários para identificação dos responsáveis pelas postagens. No entanto, ela negou o pedido da Afipe para excluir os perfis no Facebook, já que, segundo decisão, é preciso ter provas de que são fakes.