Jovem negra é confundida com pedinte e barrada em shopping
Caso reacendeu a polêmica sobre racismo dez dias após um episódio semelhantes ter ocorrido com uma delegada da Polícia Civil na capital cearense
Uma adolescente negra foi impedida de entrar em um shopping na cidade de Fortaleza (CE) na última quarta-feira (22). A alegação da segurança do condomínio comercial é de que Mel Campos, de 16 anos, foi barrada por "parecer uma pedinte", o que só acendeu ainda mais a polêmica em torno da postura adotada pelo estabelecimento, uma vez que o fato de ser um morador de rua não é impeditivo para proibir a entrada de quem quer que seja em locais públicos.
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A jovem havia ido ao shopping para fazer compras, mas, nem bem entrou no local e foi abordada por uma das seguranças. “Ela [a segurança] disse que eu não podia estar pedindo dinheiro ali, e eu não entendi. Eu questionei se a padaria estava fechada e não podia mais fazer pedido. Ela disse: 'Não, não pode pedir aqui dentro'. Aí eu entendi o que ela estava querendo dizer", disse Mel Campos em entrevista a uma emissora de TV local.
“Eu falei: ‘não moça, eu sou cliente, eu vim aqui comprar’. Eu tentei explicar a situação, aí ela pediu desculpas, e eu entrei”, relatou a jovem, que só depois percebeu que estava sendo vítima de racismo. Filha do defensor público Adriano Leitinho, Mel Campos compartilhou o episódio nas redes sociais. O pai repercutiu e também denunciou o ocorrido.
“A segurança tratou a minha filha como pedinte apenas por ser negra, ligando a cor à pobreza, o que é inadmissível e é racismo. Minha filha estava voltando do jiu jitsu de kimono, com sua mochila nas costas. Não estava pedindo nada a ninguém. E mesmo se estivesse não justificava a abordagem racista e discriminatória”, argumentou o defensor.