Fiocruz aponta aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em todo o país
Todas as regiões do Brasil apresentaram aumento de casos na última semana, entre 25 de fevereiro a 2 de março.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou nesta quinta-feira (07) o Boletim Infogripe que aponta um aumento em todo o país de novos casos semanais de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Os dados são referentes à Semana Epidemiológica (SE) 9, de 25 de fevereiro a 2 de março.
Em todas as regiões do Brasil houve crescimento nos índices, porém, com distinção quanto aos vírus respiratórios. No caso das regiões Norte e Nordeste, a influenza também registra aumento, especialmente na população adulta.
As regiões Sudeste e Sul, além da distinção quanto aos vírus respiratórios da covid-19, tem-se o quadro de influenza (vírus da gripe), demonstrando uma cocirculação entre as doenças. VEJA MAIS:
O novo cenário mostra ainda que o vírus sincicial respiratório (VSR) reapareceu em diversos estados, afetando crianças pequenas e idosos. Referente, a análise tem como base dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 4 de março.
O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para o crescimento do vírus sincicial respiratório, que afeta mais crianças e idosos.
“Vemos o aumento desse impacto principalmente em crianças pequenas, de até 2 anos de idade, mas sabemos também que os idosos têm risco de vir a falecer por conta do VSR. Então, com a retomada desse vírus, tanto crianças pequenas quanto idosos têm que ficar atentos. E o VSR, em particular, vemos em todas as regiões do país com sinal de retomada, o que pode naturalmente estar associado justamente à volta às aulas, sendo um grande facilitador. É um cenário que requer bastante atenção”, disse.
Recomendações
Nos casos de covid-19 e gripe, o coordenador explica que aplicação de vacinas é uma das principais ações a serem adotadas. “Além disso, é bom lembrar que o uso de boas máscaras (N95 e PFF2) funciona para qualquer um desses vírus. A máscara diminui o risco de contrair vírus respiratório, principalmente nas unidades de saúde que, neste momento, estão recebendo muita gente infectada.”
Outra recomendação é buscar atendimento médico se surgirem sintomas parecidos com os de resfriado – especialmente entre aqueles que fazem parte de grupos de risco –, para seguir com o tratamento adequado à doença.
Nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade de SRAG mantêm o padrão típico de maior impacto entre crianças pequenas e idosos. “A incidência de SRAG por covid-19 apresenta maior impacto nas crianças de até 2 anos e na população a partir de 65 anos. Outros vírus respiratórios com destaque para incidência de SRAG nas crianças pequenas são o sincicial e o rinovírus. Já a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com predomínio de covid-19”, ressaltou Gomes.
Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do núcleo de Atualidades)