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Ex-presidente do Paraguai é alvo de mandado de prisão na Lava Jato

Mandado contra Cartes, que foi presidente do país de 2013 a 2018, já se encontra na difusão vermelha da Interpol

Reuters

O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelas ações decorrentes da operação Lava Jato no Rio de Janeiro, decretou a prisão do ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes no âmbito de investigação que envolve doleiros, informou a Justiça Federal nesta terça-feira (19).

O mandado contra Cartes, que foi presidente do Paraguai de 2013 a 2018, já se encontra na difusão vermelha da Interpol, o que significa que também pode ser preso em outros países que não o Brasil, acrescentou a Justiça.

A medida faz parte da operação Patrón, uma nova fase das investigações da Lava Jato do Rio de Janeiro contra doleiros utilizados no esquema de corrupção e propina do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso desde 2017 e já foi condenado a penas que somam mais de 200 anos de reclusão.

A Polícia Federal informou, em nota, que a operação tem a finalidade de reprimir os crimes de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa "cometidos pelo núcleo que continuou as práticas criminosas para apoiar a fuga de um doleiro investigado, ocultando o foragido e seus bens".

Em julho, a PF prendeu Dario Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”, que estava foragido desde 2018 e é considerado um protagonista na movimentação de recursos ilegais desviados pelo grupo de Cabral.

De acordo com as investigações, Cartes teria ligação com Messer, segundo reportagens.

"A investigação identificou cerca de 20 milhões de dólares ocultados, sendo mais de 17 milhões de dólares num banco nas Bahamas e o restante pulverizado no Paraguai entre doleiros, casas de câmbio, empresários, políticos e uma advogada", afirmou a PF.

No total, foram expedidos 17 mandados de prisão preventiva, 3 mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, segundo comunicado da Polícia Federal.

O advogado Eduardo Campos, um dos representantes de Cartes, disse que a acusação feita pelas autoridades brasileiras não têm sentido, e que uma equipe de advogados do Brasil vai representar o ex-presidente paraguaio no caso.

"Não existe nem sequer um telefonema, um contato, nenhuma reunião com o senhor Dario Messer. É surpreendente que estejam o acusando (Cartes) de ter ajudado a se esconder ou a fugir, afirmou Campos à rádio 970, de Assunção.

Cartes, um empresário do setor de tabaco, de 63 anos, é considerado um dos homens mais ricos do Paraguai e lidera um movimento do partido governista que há alguns meses foi fundamental para frear um processo de impeachment do presidente Mario Abdo.

O presidente do Congresso paraguaio, Blas Llano, afirmou que o ex-presidente tem impunidade por ser senador vitalício, de forma que precisaria ter a prerrogativa de foro retirada para enfrentar qualquer processo.

Brasil