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Entre 2021 e 2022, 483 mulheres morreram em tentativas de aborto no Brasil, aponta levantamento

A verificação destaca uma a cada 28 mulheres que são internadas por complicações de tentativas de aborto morrem após o procedimento

Carolina Mota
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Um levantamento divulgado na última quinta-feira (21), produzido pelo portal Gênero e Número, indicou que uma mulher morre a cada 28 que são internadas na rede pública de saúde por complicações na tentativa de aborto. Segundo dados, foram 483 mortes entre 2021 e 2022, com mais de 1,7 milhão de internações registradas no Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS).

A pesquisa analisou internações divididas por sete categorias de interrupções de gravidez, onde mais da metade foram de aborto espontâneo. No entanto, foi verificado que as tentativas propositais de aborto são mais letais, cujo risco de morte é 140 vezes maior.

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Outros dados do levantamento:

Os tipos de aborto analisados na pesquisa foram:

  • Aborto espontâneo
  • Por razões médicas e legais
  • Gravidez ectópica ou molar
  • Falha na tentativa e complicações consequentes
  • Produtos anormais da concepção
  • Aborto não especificado
  • Outros tipos de aborto

Mulheres pardas correm mais riscos de morte

Ainda conforme o levantamento, a mulher parda possui duas vezes mais riscos de morrer em comparação à mulher branca ao fazer o mesmo processo de forma ilegal.

Metade das 483 vítimas eram pardas. No entanto, o material afirma existir uma subnotificação destas informações, já que em 36% dos casos não são informadas raça/cor das pacientes.

1 a cada 7 brasileiras já abortaram antes dos 40 anos

Um estudo feito em 2021, desta vez pela Pesquisa Nacional do Aborto (PNA), apontou que 1 a cada 7 brasileiras já abortou antes dos 40 anos. Além disso, 52% interromperam uma gravidez antes dos 19 anos.

Mulheres negras são as que mais abortam

Segundo a pesquisa Aborto e Raça no brasil, analisando o período entre 2016 e 2021, a chance de uma mulher negra fazer a interrupção da gravidez é 46% maior do que as mulheres brancas, e também são as que menos recebem um devido atendimento.

No levantamento do PNA, as mulheres negras são as mais negligenciadas, representando 47% das internações e 45,2% das mortes.

Negligência nos atendimentos contribuem para os números

A negligência, a discriminação e a criminalização no atendimento nas unidades estão entre as razões que indicam os percentuais elevados. Além disso, a forma como esses abortos são finalizados (por meio de curetagem) contribui para o índice alto.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o procedimento de curetagem é considerado ultrapassado, devendo ser usado apenas em casos onde o feto possa causar infecções e morte.

Dados não relevam os números reais

Devido a criminalização, muitas mulheres não relatam ou notificam as tentativas de abortos aos centros médicos, o que não permite a abrangência de todos os casos.

Em 2018, o Ministério da Saúde divulgou dados onde uma mulher morre a cada dois dias em decorrência de um abordo inseguro fora dos hospitais.

*Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com

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