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Duas crianças indígenas morreram após serem sugadas por ‘turbina’ de embarcação de garimpo ilegal

A atividade também vem causando danos nas regiões Xitei e Homoxi, com o aumento de 1000% de destruição na flora e fauna

O Liberal

Na última terça-feira (12), duas crianças indígenas morreram ao serem “sugadas” por uma draga, uma embarcação que faz a retirada de minérios, na região do rio Uraricuera, no município de Alto Alegre. As vítimas, um menino de 5 anos e o primo dele, um de 8, nadavam no rio que banha a comunidade Makuxi Yano, região do Parima, Terra Indígena Yanomami, em Roraima, quando ocorreu o acidente. As informações são do O Globo.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, uma das crianças, de 5 anos, foi encontrada sem vida. A outra vítima segue desaparecida. Em entrevista ao jornal, Dario Kopenawa Yanomami, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, analisa o ocorrido como uma situação grave e muito triste. 

“[...] Estamos preocupados, muito [...] revoltados. Para nós Yanomami e Yekuana as vidas das crianças são sagradas, pois serão futuros guerreiro”, afirma.

Ainda segundo Dário, no dia do acidente as crianças estariam brincando e ‘banhando’ no rio. Em dado momento, elas foram cuspidas pela balsa de garimpeiros, onda localizava-se a draga ilegal dos garimbeiros,  e, em seguida, levadas pela correnteza

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“Elas [as crianças] já são acostumadas [a tomar banho no rio]. Não precisam ir acompanhados dos pais, porque desde que quando nascem já aprendem a atravessar e nadar nos rios. Tudo isso faz parte da nossa cultura, isso nunca tinha acontecido”, reitera. 

E as tragédias não param por aí. De acordo com a organização de serviço social Hutukara, até setembro deste, a área de floresta destruída por garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami superou a marca de 3 mil hectares - um aumento de 44% em relação a dezembro do ano passado.

Já nas regiões Xitei e Homoxi, a atividade ilgeal teve um aumento de 1000% entre dezembro e setembro de 2021.

Brasil