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Diarista é presa por engano no dia do aniversário e passa duas noites na cadeia

Inquérito policial apontava ela como suspeita de participar de um homicídio

Emilly Melo

Uma diarista foi presa por engano durante o aniversário e passou duas noites em uma cela. No último sábado (11), uma equipe da Polícia Militar se dirigiu até a residência dela com um mandado de prisão por homicídio. Ela chegou a passar duas noites presa em Cruzeiro, em São Paulo

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Natalia Xavier Carrera, de 35 anos, foi solta após passar uma noite na delegacia e outra na cadeia. A Polícia Civil informou à Justiça que houve um equívoco no inquérito e ela foi confundida com uma mulher de mesmo nome.

"Bateram no meu portão, meu filho foi atender e voltou correndo dizendo que era a polícia me procurando. Me identifiquei e disseram que teria que acompanhar eles até a delegacia. Nem me deram explicações. Na delegacia algemaram meus pés e me colocaram dentro de uma salinha pequena. Ouvi minha mãe desesperada lá fora. Foi pior que filme de terror", conta Natália.

Ela foi acusada pelo crime que ocorreu na madrugada do dia 25 de março na região central do Cruzeiro. Na ocasião, três jovens foram presos pelo assassinato de um homem de 44 anos, vítima de espancamento. Câmeras também identificaram uma mulher junto dos criminosos, que, após a vítima cair, dá chutes e pisa na cabeça da vítima. 

A mulher em questão também se chama Natália, mora no mesmo bairro da diarista e tem uma filha com o mesmo nome, mas está foragida. "No domingo fui levada para a audiência de custódia. Fui algemada nos pés e nas mãos e levada em uma viatura da polícia até o Fórum de Guaratinguetá. Não tive contato com advogado até 20 minutos antes da audiência. Só aí que fui saber do que estava sendo acusada", relembra Natália.

"Depois de 10 minutos que tinha falado com o advogado é que liguei o nome à pessoa. Na mesma rua tem uma pessoa com o mesmo nome que o meu, aí comuniquei ele e entendi tudo o que estava acontecendo", ressaltou.

A PC comunicou o erro à Justiça na última segunda-feira (13), e no mesmo dia Natália teve a prisão revogada. Ela e o advogado estudam entrar com uma ação de danos morais contra o Estado.

"Não tem como apagar o que vivi. O trauma que meus filhos estão vivendo porque já acontece de ouvirem piadinhas. Sou diarista. Levanto todo dia 5h30, 6h para trabalhar honestamente e passar o que passei? No momento não tenho psicológico para voltar a trabalhar e isso pode até me afetar a conseguir algum trabalho", lamenta.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a "Polícia Civil de Cruzeiro lamenta o erro e realiza apuração para analisar eventuais responsabilidades pelos fatos. Ao verificar o erro, a autoridade policial, de pronto, representou pela revogação da prisão preventiva.”

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Política)

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