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Cristã é investigada por fala em vídeo: 'Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay'

O delegado Henrique Pessoa, afirma que as imagens têm “teor claramente racista e homofóbico"

O Liberal

Um vídeo em que uma mulher identificada como Kakau Cordeiro critica fiéis que defendem e propagam causas políticas, raciais e LGBTQIA+, durante uma pregação na Igreja Sara Nossa Terra, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, virou alvo de um inquérito instaurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ela pede que fiéis parem de “levantar bandeiras” e “postem a palavra de Deus”. As informações são do portal Metrópoles.

“É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová em si. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira. Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta!”, disse Kakau.

As imagens foram compartilhadas pelo deputado estadual Wanderson Nogueira (PDT-RJ) e a publicação já teve mais de 23 mil visualizações.


De acordo com o delegado titular da 151ª DP (Nova Friburgo), Henrique Pessoa, as imagens têm “teor claramente racista e homofóbico, o que configura transgressão típica na forma do artigo 20 da Lei 7716/87″.

“De tal modo que a pena é de três a cinco anos com circunstâncias qualificadoras por ter sido feita em mídias sociais e através da imprensa. De tal modo que já foi instaurado inquérito policial pelo crime de intolerância racial e homofóbica, de acordo com a recente previsão do STF”, disse ao G1.

“Nós do Coletivo Negro Lélia Gonzalez NF denunciamos, condenamos e repudiamos qualquer forma de discriminação contra a classe trabalhadora e realizada pela mesma reproduzindo a lógica da classe dominante que é racista, facista, lgbtfobica, eugenista, branca, heteronormativa, patrimonialista, patriarcal, branca, lascivos e cristãos. Não podemos dizer que todes cristãs tem comportamento e postura, como esta pessoa, porém não podemos ignorar que ela está expressando a hegemonia dominante. Não devemos naturalizar tais posturas, declarações sem que os órgão tomem devidas medidas, embora estes órgãos expressam interesses da classe dominante. Quando ela faz este ataque, e a todes que defendem o direito da classe trabalhadora que são majoritariamente negras, quando ela de forma superior, ela concorda com a morte da juventude negra, desaparecimento de nossas crianças, e naturaliza feminicídio incidentes nas mulheres negras trans e cia, ela naturaliza o primeiro lugar de morte de mulheres trans e travestis e nosso encarceramento em massa nas senzalas modernas. Racistas, genocidas, Eugenista, Lgbtfóbicos exploradores não passarão! Por uma sociedade onde a diversidade não seja instrumento de dominação e exploração”, disse o delegado.

A Igreja Sara Nossa Terra disse que não irá se pronunciar sobre o caso.

Brasil