Cresce o número de intoxicações e queimaduras por uso de pomadas modeladoras de cabelo

Ao entrar em contato com água ou suor, o produto escorre para os olhos e causa queimaduras na córnea

Carolina Mota

O número de pessoas que foram diagnosticadas com intoxicação nos olhos por conta do uso de pomadas modeladoras de cabelo cresceu cerca de 121% na Bahia, segundo relatório divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em todo o ano passado, foram 19 casos e, em 2024, já foram registrados 42 ocorrências.

Os sintomas mais comuns são vermelhidão, ardência, irritação, lacrimejamento, reações alérgcas e cegueira temporária. Por conta dessas reações, a Anvisa cancelou os registros de 1.266 marcas do produto em questão que podem ser identificadas aqui.

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Na Bahia, 81% das vítimas este ano foram do sexo feminino e metade tem entre 10 e 29 anos. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), Salvador foi o município que mais teve notificações (59,5%).

No ano passado, Anvisa interditou cautelarmente todas as pomadas para trançar, modelar ou fixar cabelos. Fez uma análise dos produtos e liberou aqueles que não apresentaram problemas. Em setembro, uma nova norma proibiu que as fórmulas químicas das pomadas tenham concentração igual ou superior a 20% de álcoois etoxilados. E em dezembro, cancelou 1.266 registros por descumprirem a regra.

Especialista alerta sobre o produto

O médico oftalmologista e professor de medicina da Unifacs, Marco Polo Ribeiro, trabalha na emergência oftalmológica de um hospital em Salvador e contou o que acontece quando a pomada entra em contato com os olhos.

"O que faz mal ao olho é um componente da fórmula da pomada, um conservante que é derivado de um tipo de álcool. Ele causa uma abrasão da córnea, machuca toda a córnea da pessoa. A camada superficial cai e deixa o olhos exposto. Ele arde, dói e coça. A pessoa fica com a visão borrada", conta.

A primeira medida a ser tomada, segundo o especialista, é lavar os olhos com bastante água corrente para retirar a substância e, em seguida, buscar um remédio para verificar a extensão do dano.

"Existe o risco de infecção, que pode virar uma úlcera de córnea e eventualmente levar a perda da visão, por isso, é importante procurar um especialista para fazer o tratamento adequado", afirma.

Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Mirelly Pires, jornalista de OLiberal.com

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