Com alta da carne, osso de de boi é vendido por R$ 4 em Florianópolis

Os brasileiros estão optando por substituir a proteína das suas refeições e indo em busca de opções que caibam no bolso

O Liberal

Não é novidade que a alta nos preços da carne bovina vem afetando diretamente a alimentação da população brasileira. Com o orçamento apertado e um baixo salário mínimo, as pessoas precisam buscar outras possibilidades para substituir a proteína dos pratos. A alta também afeta os comerciantes, que ao perceberem a diminuição da procura, optaram pela venda do osso de boi. As informações são do NSC.

Só em Florianópolis, a carne teve um aumento de 30,5% nos últimos 12 meses, sendo o item mais caro da cesta básica. Segundo uma entrevistada, Helo Santos, de 60 anos, o alimento não faz mais parte das suas refeições. Durante a pandemia, ela substituiu a proteína por ovos, peixe, legumes e verduras. "Não como mais carne de gado, não. Não tem como, está tudo muito caro", comentou. Já a vendedora Maria Alves revelou que não come carne há bastante tempo, o consumo é reservado apenas para datas especiais. “Sempre foi caro para mim, eu só como [carne] na marmita às vezes, em casa não, é muito caro", declarou.

Ari dos Santos, dono de um mercado e açougue da região, afirmou que a procura diminuiu cerca de 50% nos últimos meses. "Desde a pandemia, caiu muito o movimento. As pessoas não estão mais comprando a carne aqui", confessou ele, que agora vende osso de boi por R$ 4 no seu estabelecimento. Segundo Ari, a demanda pelo osso começou a aumentar há um ano, o que levou ele a indicar aos clientes que o produto é vendido e não dado, mas mesmo assim, ele faz doações para os mais necessitados.

De acordo com uma pesquisa do Dieese, com o preço atual da cesta básica em Florianópolis, o salário mínimo deveria ser de R$ 5.543,90, bem maior do que o valor atual, de R$ 1.100. Para o coordenador do Índice de Custo de Vida (ICV) da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), Hercílio Fernandes Neto, dois fatores são os indicadores da alta: desvalorização do real e alta no valor dos insumos de produção pecuária.

"O preço dos insumos para a criação do gado, do suíno, também aumentou. As mercadorias aumentaram o valor de exportação. Também, a soja subiu muito no mercado internacional. Isso fez com que suba no externo e no interno", explicou ele. 

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