Bebê de 5 meses morre em creche e polícia entra no caso
Estabelecimento já havia sido notificado para encerrar as atividades

A polícia passou a investigar a morte de um bebê de cinco meses, em uma creche particular de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, na manhã de quarta-feira (23).
Claudimar José dos Santos, pai de Ana Beatriz Pires dos Santos, relatou ter deixado a filha no local por volta das 6h20. Mas depois recebeu um telefonema da creche, três horas depois, que o deixou sem chão. O funcionário disse que a menina havia morrido, sem explicar a causa.
No final da tarde de quarta, a declaração de óbito apontou que a bebê teve um edema pulmonar. A família alega que ela não tinha nenhum problema de saúde.
"Não temos mais nem chão para continuar vivendo. A razão que eu tinha para viver se partiu de uma maneira tão trágica", disse o pai.
O bebê ficava na creche enquanto pai e mãe trabalhavam. Ele como autônomo e ela, como montadora de peças hospitalares.
A família registrou boletim de ocorrência, que registrou o óbito como "morte suspeita". A Secretaria da Segurança Pública informou que foram solicitados exames periciais para identificar as causas da morte, que estão em elaboração.
A Prefeitura de Itapecerica da Serra informou que o local funcionava irregularmente e que "a Secretaria de Educação se utilizou de todos os meios cabíveis e legais para interromper as atividades na instituição".
Interdição
A prefeitura informou que no dia 17 de março, representantes da Secretaria da Educação e do Conselho Tutelar, acompanhados da Guarda Civil, foram ao local, que foi autuado, com a notificação determinando encerramento das atividades por prática irregular de ensino.
“No mesmo dia, o Conselho Tutelar realizou a devolução das crianças para os pais/responsáveis, que também foram orientados ao funcionamento irregular da instituição e que os menores não tinham as mínimas condições de segurança para a permanência no local”, diz a nota.
Procurada, a responsável pela Escolinha Crisântemos, localizada no Jardim Jacira, não quis se pronunciar.
O pai de Ana Beatriz conta que a proprietária da escola ligou para pedir desculpas. "[Ela] começou a chorar e pedir desculpa, como se isso fosse trazer minha filha de volta. Eu só quero justiça", disse Claudimar.
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