Polícia desmonta cativeiro usado para torturar e matar motoristas de aplicativo
Foram encontradas cordas feitas de tecido, restos de alimentos, embalagem para drogas e roupas velhas, mas nenhum sinal de morador
Em uma operação realizada nesta quinta-feira (7), policiais do Departamento de Investigações Criminais (DEIC) vistoriaram um local que serviu de cativeiro para motoristas de aplicativo vítimas de sequestros, roubos, tortura e assassinatos. Foram encontradas cordas feitas de tecido, restos de alimentos, embalagem para drogas e roupas velhas, mas nenhum sinal de morador. O cativeiro fica e uma favela no bairro do Imirim, na Zona Norte de São Paulo.
Em 2020, 13 motoristas foram atacados e cinco deles foram assassinados. Duas quadrilhas foram presas na operação.
Apontada pelos investigadores como uma das mais violentas da cidade, uma quadrilha transformava assaltos em sequestros. Ao menos dois motoristas de aplicativo foram levados para o cativeiro. O último foi torturado e morto.
Felipe Henrique Duarte, de 28 anos, era motorista de app e desapareceu na noite da véspera de Natal. No dia seguinte, ele foi encontrado morto, no porta-malas do carro, em uma rua sem saída. Enquanto o mantinham no cativeiro, os suspeitos fizeram compras com cartão bancário da vítima e até tiraram uma foto.
Um dos suspeitos é Matheus dos Santos. Ele aparece em cima do carro da vítima. Outro, Valmir Monti Júnior, estava na moto. Enquanto a dupla se divertia em um baile, José Marcelo Ferro tomava conta do cativeiro. Os três foram presos.
"O aplicativo foi acionado pela namorada do Valmir. Ela alega que só acionou e que não estaria na cena do crime. Então, como a gente não tem o depoimento da vítima nesse caso, a gente está investigando para comprovar a participação dela nesse crime", afirmou o delegado Eduardo Cardoso de Almeida Castanheira.
Mais um motorista de aplicativo foi morto no dia 30 de dezembro pela quadrilha. Roger Ferreira da Silva foi chamado para levar dois homens e uma mulher, na Zona Sul de São Paulo, mas acabou sequestrado e foi obrigado a ligar para a família e os amigos para pedir dinheiro. O corpo dele só foi encontrado cinco dias depois. No começo desta semana, a polícia prendeu três pessoas suspeitas de participar do crime.
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