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Lula participa da IV Cúpula Celac-UE para tratar da cooperação entre América Latina e Europa

O presidente deve retornar a Belém ainda neste domingo (9/11)

O Liberal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará neste domingo (9/11) da IV Cúpula CELAC-UE em Santa Marta, na Colômbia. O encontro, que vai até segunda-feira (10/11), reunirá líderes europeus, latino-americanos e caribenhos para discutir uma ampla agenda global, com ênfase em educação, saúde, inovação, inteligência artificial, comércio, investimentos e combate ao crime organizado. Ainda na noite de domingo (9/11), Lula voltará a Belém, com chegada prevista às 19h20.

Esta é a quarta cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e a União Europeia, e o décimo encontro entre as duas regiões desde 1999. A expectativa é que, durante o evento, sejam consolidadas a chamada “Declaração de Santa Marta” e o “Mapa do Caminho 2025-2027”, instrumentos que visam converter o diálogo birregional em ações concretas e orientar a implementação das prioridades entre as duas regiões.

Segundo a secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Gisela Padovan, "a participação do presidente Lula é absolutamente natural, tendo presente que ele, desde que tomou posse no terceiro mandato, além de ser tradicionalmente um grande propulsor da integração regional, participou de todas as cúpulas". “O primeiro ato de política externa dele foi ir a Buenos Aires participar da Cúpula CELAC, em 2023”, disse a embaixadora em encontro com jornalistas nesta quinta-feira (6 de novembro).

"Essa é a medida da importância que ele atribui ao diálogo e à cooperação e ao entendimento com os países latino-americanos e caribenhos e, nesse caso, com os nossos parceiros europeus", afirmou Padovan.

Cúpula

A CELAC foi criada em 2010 e reúne os 33 países da América Latina e do Caribe. A organização intergovernamental tem o propósito de promover o diálogo e a cooperação em temas como segurança alimentar, saúde, energia, desenvolvimento sustentável e transformação digital na região.

A Colômbia ocupa a presidência pro tempore do mecanismo em 2025, sucedendo Honduras, e será sucedida pelo Uruguai em 2026. O Brasil, que teve papel central na criação da comunidade, retomou sua participação plena em janeiro de 2023, após três anos de ausência, reafirmando a integração regional como prioridade de sua política externa.

De acordo com Padovan, a Declaração de Santa Marta contemplará temas como comércio e investimentos, clima, meio ambiente, transição energética, segurança cidadã, combate ao crime organizado transnacional, segurança alimentar e nutricional, autossuficiência sanitária, inclusão social, cuidados, educação e pesquisa, migração e mobilidade, relações culturais e transição digital. "Todos esses temas estarão na declaração, e o Mapa do Caminho é uma espécie de plano de ação sobre como implementá-la", disse.

“Estamos falando de um grupo de países que representam um bilhão de pessoas, com históricos vínculos entre as sociedades e um fluxo comercial de mais de 300 bilhões de dólares entre as duas regiões. Essa aproximação é natural, tanto pelos laços históricos quanto pelo interesse econômico mútuo”, acrescentou a embaixadora.

A CELAC mantém diálogo regular com outros parceiros internacionais, como a União Africana, o Conselho de Cooperação do Golfo, a China, a Índia e a Turquia. Padovan afirmou que as duas instâncias mais avançadas de diálogos são, respectivamente, com a União Europeia e a China. “A CELAC tem essa dimensão de um diálogo com os grandes países internacionais, e essa dimensão externa é bastante importante.”

Durante o encontro, também serão apresentadas duas declarações de livre adesão — isto é, que não são obrigatórias para todos os países participantes da cúpula. Uma delas será sobre segurança cidadã e a outra sobre política de cuidados. “Nós somos diversos na América Latina, mas enfrentamos desafios comuns, e segurança cidadã é o tema que está na boca de todos hoje em dia. A política de cuidados, por sua vez, é uma pauta muito importante do governo brasileiro, voltada ao cuidado dos mais vulneráveis”, disse a embaixadora.

Ao abordar o papel estratégico da região nas discussões globais, Padovan enfatizou que a América Latina e o Caribe têm uma posição estratégica na produção global de alimentos e na transição ecológica, desempenhando papel decisivo na construção de uma economia verde e sustentável. “A gente tem que aproveitar o potencial da América Latina e Caribe, o potencial de celeiro do mundo. Nós somos imprescindíveis para a segurança alimentar global. Essas reuniões são para aprofundar esse potencial, não para ficar discutindo política”, afirmou ela.