Jovem sonhava ser PM, mas foi morta em operação da polícia
Margareth tinha 17 anos; pai critica ação policial: ‘Trouxeram uma criança dentro do carro da PM como se fosse um bicho’
“Estávamos juntando dinheiro para casar. Eu amo muito essa menina. Era uma garota cheia de sonhos. Vai ser difícil agora, eu sozinho, sem ela, com nosso filho pequeno”. O depoimento é do operador de loja Daniel Coutinho, de 21 anos, que namorava Margareth Teixeira da Costa havia quatro anos. A jovem de 17 anos foi morta na noite dessa terça-feira (13) durante uma operação na comunidade 48, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ela sonhava ser policial militar.
Margareth estava indo para a igreja com o filho de 1 ano e dez meses quando os dois foram atingidos. Testemunhas contam que os dois ficaram no meio do fogo cruzado. A jovem chegou ao Hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, com cerca de dez perfurações pelo corpo, sendo carregada por policiais militares. Ela já estava sem vida. Dois suspeitos também foram levados ao hospital, mas não resistiram.
Mariana da Costa, de 20 anos, irmã de Margareth, disse que Daniel chegou a ver a poça de sangue no chão, sem imaginar que fosse da companheira. “Ontem (terça-feira), nós conversamos pela manhã, ela mandou uma foto dela com o meu sobrinho”, diz, emocionada, Mariana.
O pai de Margareth, que não preferiu não se identificar, criticou a ação da polícia. “Hoje foi minha filha, amanhã pode ser a filha de um deles. Trouxeram uma criança, ela só tinha 17 anos, dentro do carro da PM, como se fosse um bicho, sem avisar a ninguém da família”, diz o pai, na porta do hospital.
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