Governo determina toque de recolher em todo o Estado do Amazonas
Medida é uma tentativa de conter o avanço da Covid
O governador do Amazonas, Wilson Lima, decretou toque de recolher no Estado das 19h às 6h como medida urgente de contenção da proliferação da Covid-19 no Estado. O novo decreto foi anunciado, em transmissão ao vivo, na manhã desta quinta-feira (14).
Apenas os trabalhadores dos serviços considerados essenciais - como saúde, segurança pública e mídia - é que poderão circular depois do horário delimitado pelo lockdown. As farmácias permanecerão abertas, mas, somente para entregas em domicílio. Também serão mantidos os transportes de produtos essenciais à vida.
Segundo Wilson Lima, embora as medidas anunciadas hoje possam parecer radicais, elas são necessárias para proteger a vida da população. Outra frente emergencial de ação, deslanchada em conjunto com órgãos federais, visa abastecer os hospitais das redes pública e privada de saúde com oxigênio, insumo que hoje já estava em falta na capital.
O governador também fez questão de reconhecer o esforço sobre-humano que vem fazendo os profissionais que atuam na linha de frente do combate à pandemia no Estado, e fez um apelo à população para que faça a sua parte, mantendo o isolamento social e as medidas de higiene.
O governo estadual também já começou a transferir pacientes diagnosticados com a covid-19 para hospitais de outras seis unidades da federação (Goiás, Piauí, Maranhão, Distrito Federal, Paraíba e Rio Grande do Norte) e recorreu à Justiça para que a empresa White Martins seja obrigada a fornecer todo o oxigênio hospitalar de que a rede pública de saúde do estado precisar.
O governador Wilson Lima garantiu que, além do traslado, o governo estadual vai oferecer apoio psicossocial para atender aos doentes e a seus parentes. “Estamos montando um grupo de apoio para esses pacientes e familiares que irão ser deslocados para os outros estados”, disse o governador.
“Também já entramos com uma ação na Justiça contra a empresa [White Martins] para garantir que ela abasteça [com oxigênio medicinal] em quantidade suficiente a rede hospitalar para atender nossos irmãos acometidos da covid-19”, acrescentou Lima, que disse que tem conversado com os ministros da Saúde, Eduardo Pazuello; da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, sobre os riscos do desabastecimento do produto.
Frentes
De acordo com o governo estadual, até ontem (13) à tarde, o Amazonas contabilizava 219.544 casos confirmados da covid-19 e 5.879 óbitos, com 540 pacientes internados com a suspeita de terem sido infectados pelo novo coronavírus.
No início da semana, o governo estadual já tinha proibido o transporte fluvial e rodoviário intermunicipal de passageiros. A suspensão desses serviços foi estabelecida por decreto publicado na terça-feira (12), e vai vigorar até 17 de janeiro.
No mesmo decreto, foram suspensas o funcionamento de marinas para atividades de lazer e de academias, centros de ginástica e estabelecimentos semelhantes. Também devido aos reflexos da covid-19, o governo estendeu até 31 de janeiro a determinação para que os órgãos e entidades da administração direta e indireta do Poder Executivo estadual que não estejam diretamente envolvidos com o enfrentamento da pandemia mantenham no mínimo 70% de seus servidores e empregados em trabalho remoto.
A gravidade da situação no Amazonas motivou o governo do Pará a proibir a entrada em seu território de embarcações de passageiros provenientes do Amazonas, em vigor a partir de hoje (14).