Garçom enche copo de criança com álcool 70%, diz mãe
Estabelecimento afirma que não utiliza álcool em frascos não identificados, mas que demitiu o garçom
Uma criança de 1 ano e 11 meses precisou ser levada ao pronto-socorro, após vomitar várias vezes. A família acusa um garçom de um restaurante em Santos, no litoral de São Paulo, de ter servido álcool 70% em vez de água. O gerente olhou as imagens de segurança e demitiu o garçom.
Thalyta Silva, que é tia da criança, disse que a família estava de saída do restaurante, no dia 20, quando, no caixa, a mãe da criança decidiu comprar água. Mas, relatou a tia, a garrafa de água estava gelada, por isso pediram ao garçom que enchesse a garrafinha plástica do menino com água em temperatura ambiente.
O funcionário de estabelecimento trouxe então a garrafinha cheia. Ao beber, a criança cuspiu e ficou com a língua para fora. "Pensamos que tinha sido o pirulito que ele estava comendo e continuamos conversando", conta Thalyta.
A família já estava saindo do restaurante quando a mãe do menino, Fabíola Ramos, precisou lavar as mãos e foi usar a garrafinha de água. "O cheiro de álcool exalou na hora. Não tínhamos dúvidas de que aquilo não era água, mesmo assim, peguei e bebi para provar. Até queimou minha boca", relata.
A tia do menino conta que quando reclamaram, mostrando a garrafa, o garçom pegou o recipiente e jogou fora o conteúdo, lavando-o em seguida. Depois, levou uma garrafa de água lacrada para a família. "Não sei como um ser humano consegue fazer isso com uma criança tão inocente", disse a tia.
Mãe e tia recorreram ao gerente do restaurante, que verificou as imagens das câmeras de segurança, que mostram o garçom pegando uma garrafa sem rótulo, na cozinha, e a usando para encher a garrafinha infantil. Em seguida, ele misturou com água do filtro antes de entregar às clientes.
Danos morais
Garrafinha na qual garçom teria colocado álcool (Arquivo Pessoal/Fabíola Ramos)
A família chamou a Polícia Militar e registraram a ocorrência, mas, na delegacia, foram informadas, segundo a tia, por policiais civis de plantão, que não havia provas para registrar o boletim.
A tia conta que a criança vomitou algumas vezes e foi levada a um pronto-socorro, onde foi avaliada e passa bem.
Em nota, o restaurante disse que não usa garrafas não identificadas com álcool e que demitiu o garçom.
O advogado João Manoel Armoa Junior, que representa a mãe da criança, disse que vai processar o restaurante por danos morais, além de solicitar a abertura de um inquérito policial pela Polícia Civil para apurar o caso.
Palavras-chave