Caso inédito: gêmeas brasileiras fazem cirurgia de readequação de sexo
Elas nasceram com sexo biológico masculino e passaram por dois anos de acompanhamento
Gêmeas de 19 anos realizaram cirurgia de readequação de sexo. Elas nasceram com o sexo biológico masculino, se sentiam mulheres e desejavam a transição para o feminino desde antes da maioridade. O procedimento aconteceu em um hospital de Blumenau (SC), no Vale do Itajaí.
Segundo o hospital, a cirurgia de uma delas terminou na noite de quarta-feira (10). A outra irmã foi operada na quinta (11).
O procedimento não é simples, pois envolve questões físicas e psicológicas, por isso o paciente precisa passar por acompanhamento multidisciplinar por cerca de dois anos antes da cirurgia.
Apesar de as gêmeas terem feito o procedimento na rede particular, mas o procedimento é disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Nome social
O pesquisador Rodrigo Moretti, professor do departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Núcleo de Estudos em Gênero e Saúde, explica que a busca por esse tipo de cirurgia diminuiu nos últimos anos.
Isso porque, antes do decreto nº 8.727 de abril de 2016, que trata sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis ou transexuais, a cirurgia era obrigatória para que a pessoa pudesse modificar seus documentos.
"A cirurgia é o último recurso, muitas vezes a população necessita só da modificação das características secundárias, que o uso de hormônio as vezes dá conta, sem a necessidade de alteração genital", afirmou Rodrigo Moretti.
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