Açaí fora do Pará? Tecnologia ajuda a expandir a produção para outras regiões do país
Zoneamento agrícola permite expandir o plantio para outras regiões do país e assim acompanhar o avanço da demanda
O Ministério da Agricultura oficializou a adoção de uma ferramenta que permite que o açaí seja cultivado a partir de um sistema de produção irrigado, o que ajudaria na expansão do cultivo do açaí para outras regiões do Brasil. Com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), os produtores receberão instruções para acompanhar o avanço da demanda do produto.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) afirmou que este é o primeiro zoneamento para o açaí e considera os níveis de risco climático para o desenvolvimento da cultura nas diferentes regiões, de 20%, 30% e 40%.
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O plantio irrigado de açaí apresenta risco de 20% na maior parte do Brasil, com totalidade das regiões Norte e Nordeste, maior parte do Centro-Oeste e uma parte do Sudeste — no norte de Minas Gerais e Espírito Santo — que apresentam condições de temperatura, umidade, ocorrência de chuvas e tipos de solo que permitem o cultivo da palmeira amazônica com irrigação.
“O zoneamento tem o objetivo de quantificar os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar as melhores regiões para produção e as épocas para plantio das mudas, levando em conta o clima, a cultura e os diferentes tipos de solos”, afirma o meteorologista Alailson Santiago, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental.
O modelo de zoneamento considera os elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola, como a temperatura, a ocorrência de chuvas, umidade relativa do ar, água disponível nos solos, necessidade hídrica da cultura e parâmetros geográficos, como altitude, latitude e longitude.
As características de solo e clima de todas as regiões do Brasil também foram analisadas para cada fase de desenvolvimento da planta, desde o plantio até a colheita.