Landi dá singularidade ao patrimônio de Belém
Passeio pela Cidade Velha revela as características únicas do acervo arquitetônico da cidade

Neste 12 de janeiro de 2022, aniversário de Belém, se presenteie com um passeio pelos monumentos arquitetônicos no centro histórico da cidade. A capital paraense é uma cidade de encher os olhos quando se fala em arquitetura. Com traços únicos, Antonio José Landi ficou conhecido por obras como a Catedral Metropolitana de Belém, Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Capela da Ordem Terceira do Carmo, Catedral de Nossa Senhora da Graça, Hospital Real, Colégio de Santo Alexandre, Palácio dos Governadores, Capela de São João Batista, Capela Pombo, Igreja de Santana, entre outras.
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Landi foi desenhista, arquiteto, gravador, geógrafo e astrônomo, e na segunda metade do século XVIII, assinou diversos monumentos históricos com grande representatividade para Belém.
“Landi é um arquiteto, artista, de uma extraordinária formação erudita, e que realiza em Belém uma arquitetura única no contexto da arte que se praticava no Brasil”, explicou o professor Flávio Augusto Sidrim Nassar, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA.
O “estilo Landi” é caracterizado pelo barroco tardio italiano, e devido ao pouco desenvolvimento de Belém em termos arquitetônicos na época, o artista pôde compor seus projetos e dar para a cidade aspectos de monumentos.
"As construções dele em Belém são todas monumentais"
“Do ponto de vista da história da arte, as características das obras de Landi são sutis, com detalhes e sofisticações, é difícil uma identificação imediatamente desses detalhes. Então você tem a fachada da Catedral, o Palácio dos Governadores, a intervenção na Igreja do Carmo, o Convento dos Mercedários, a Igreja das Mercês, entre outros. A igreja de São João é mais monumental pela linguagem arquitetônica de que se utiliza”, explicou o professor Flávio Nassar.
INTERVENÇÕES
Quando se fala em intervenções, significa dizer que Landi deu seu toque final a algumas construções que já estavam em andamento. Se formos pensar em todas as obras do artista em Belém, é possível fazer um tour no centro histórico da cidade e se deparar com uma arquitetura rica.
“Igreja de Santana, Capela São João, Catedral de Belém, Casa das 11 janelas, Capela da Ordem 3ª do Carmo e Capela Pombo, essas são as mais notáveis obras do Landi”, afiança o professor.
Muitos belenenses escutam a palavra “Landi” e sabem que tem relação com a história de Belém, mas para Flávio Nassar ainda falta valorização. O professor fundou o “Fórum Landi”, um projeto que atuava na revitalização do Centro Histórico de Belém, com foco na pesquisa da obra arquitetônica de Antônio Landi, no bairro Cidade Velha.
“Landi poderia ser mais valorizado pela população de Belém, mas para isso precisa ser conhecida a grandeza do seu trabalho, suas peculiaridades e assim por diante. Em 2013, fundei o ‘Fórum Landi’, cuja finalidade era justamente essa: tornar mais conhecido o seu trabalho. Nós fizemos muitas coisas nesse sentido, exposições, publicações, aulas, passeios guiados. Foi um curso de especialização internacional, com professores da Itália, para justamente formar professores e pesquisadores. Foi uma importante iniciativa. Infelizmente a UFPA desconstruiu esse projeto e hoje há essa lacuna, que poderia ser retomada por uma outra instituição”, conta o professor.
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