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Aniversário de Belém: moradores da cidade transformam lixões em jardins comunitários

Esses espaços evitam a descarga de entulhos e embelezam a cidade, mas precisam de apoio do poder público

Dilson Pimentel

Para evitar que essas áreas sejam transformadas em lixões, moradores se uniram e fizeram jardins comunitários, em Belém. É uma forma, também, de embelezar a cidade.

Um desses jardins fica na avenida Perimetral, na esquina com a rua São Domingos, no bairro da Terra Firme. Essa área, antes, era usada como descarte irregular de lixo doméstico e de entulhos. Foi quando as moradoras Fátima Guilherme, 70 anos, e Madalena Pantoja, 74, tiveram a iniciativa de construir um jardim no local, há dez anos.

A área foi batizada de “Espaço Verde”. “Isso aqui era um lixão feio. Era dengue pra tudo quanto era lado”, afirmou Fátima, mais conhecida como “Fafá”. “É tão bonito agora”, completou. Na área, disse, há uma “farmácia viva”. "Temos aqui pé de andiroba, capim-santo, erva-cidreira, pariri”, contou.

Mesmo assim, ainda há pessoas que não preservam o espaço e, também, furtam plantas, principalmente as medicinais.  Outras levam seus animais de estimação para fazer necessidades no jardim.

“Fafá” disse que os moradores estão pedindo o apoio da Prefeitura de Belém para ajudar a manter o lugar limpo. “A gente está pedindo o apoio da prefeitura, mas a gente não está conseguindo”, afirmou.

As moradoras, então, pagam os “meninos” para limpar o espaço. Mas, na prática, apenas ela e Madalena é que ficam responsáveis pela manutenção do jardim comunitário. “Fizemos esse jardim para mostrar que podemos ser capazes de ter uma cidade bonita. Basta a vontade política”, afirmou. “A gente vive nessa peleja (luta). Acho que é uma covardia de quem não tem consciência que precisa de apoio isso aqui”, contou.

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image Dona Domingas Serrão Moraes, de 78 anos, criou um jardim no canteiro central da avenida Bernardo Sayão, no Guamá. "As plantas são minhas filhas", disse (Igor Mota/O Liberal)

Moradora conversa com as plantas e as trata como “filhas”

Outra área criada pelos moradores fica na avenida Bernardo Sayão, perto da Universidade Federal do Pará, no Guamá. Esse trabalho é uma iniciativa da senhora Domingas Serrão Moraes, de 78 anos.

Esse plantio começou há quase cinco anos. Dona Domingas, porém, sofreu um acidente doméstico, anda com dificuldade e, agora, já não vai àquela área como antes. Quando pode, dá um dinheiro para uma amiga dela ir na área e cuidar um pouco desse jardim. “Eu peço para ela dar uma olhada pra mim”, contou.

Dona Domingas gosta muito de plantas. “Elas são as minhas filhas”, contou, dizendo que dá “bom dia” para as plantinhas, com as quais também conversa. Ela disse que muitas das espécies plantadas (alecrim, alfazema, ipê) no canteiro central da avenida vieram de Cametá, a cidade onde ela nasceu - mora em Belém há 50 anos - e Castanhal.

Dona Domingas resolveu cuidar daquele trecho do canteiro central para mostrar aos moradores a importância de se ter uma avenida bonita, limpa e conservada.

image Fátima Guilherme, a "Fafá", 70 anos, criou um jardim comunitário na avenida Perimetral, no bairro da Terra Firme. "Isso aqui era um lixão. Era dengue pra tudo quanto era lado", disse (Igor Mota/O Liberal)

Para “matar a saudade”, já que não pode ir mais no canteiro como antigamente, ela tem algumas plantas na frente da casa dele, na passagem 20 de Fevereiro, cuja via principal é a avenida Bernardo Sayão. Antes, cada família era responsável por um ipê.

Mas, com o passar do tempo, essa iniciativa praticamente acabou. Infelizmente, o espaço também sofre a ação de vândalos, que furtam algumas plantas, principalmente as medicinais, e não preservam o espaço.

A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informou que possui uma equipe que desenvolve serviços de revitalização, paisagismo e pintura, que são feitos em pontos críticos da cidade para evitar o descarte irregular de lixo.

A Sesan afirmou também que faz a manutenção desses jardins, pois vários deles já foram danificados. A Sesan informou ainda que trabalha para eliminar os pontos críticos em Belém e conta sempre com o cuidado da comunidade.

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