Zélia Amador de Deus participa de roda de conversa na UFPA sobre juventude negra da Amazônia

Uma roda de conversa, realizada nesta quinta-feira (25), em Belém, discute a juventude negra da Amazônia. O encontro ocorre a partir das 18h, no Hall da Reitoria da Universidade Federal do Pará (UFPA), e tem mediação das ativistas Zélia Amador de Deus, professora universitária e uma das fundadoras do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), e Carlene Printes, da Associação de Discentes Quilombolas da UFPA. 

O evento é uma realização do programa “Prosseguir” , uma iniciativa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) de apoio à permanência de jovens negros na universidade. Com apoio financeiro do Movimento pela Equidade Racial (Mover), o “Prosseguir" está ofertando 30 bolsas de estudos em Belém e 30 em Manaus. As inscrições podem ser feitas no site: https://prosseguir.ceert.org.br. 

Esta é a primeira vez que a ação ocorre na Região Norte. De acordo com Daniel Bento Teixeira, diretor-executivo do Ceert, “a escolha dos estados de Amazonas e Pará é estratégica para que a juventude negra participe de forma qualificada em projetos sobre bioeconomia para a região”, com foco em sustentabilidade e meio ambiente.

No Brasil, apenas 18% de jovens negros, de 18 a 24 anos, estão cursando uma universidade, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Entre os jovens brancos, o número é de 36%. Com a desigualdade nas condições de acesso e permanência do jovem no ensino superior, esse cenário se soma a uma persistente desigualdade racial no mercado de trabalho. No Pará, quase 350 mil pessoas estão desempregadas e mais de mil trabalham na informalidade (IBGE/Pnad 2022).

Programa “Prosseguir”

Desde 2019, o "Prosseguir" vem impactando positivamente a vida de centenas de jovens negros em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A bolsa garante o apoio financeiro ao estudante, que também recebe formação em liderança, projetos de vida, mentoria, curso de inglês, diálogos sobre a pauta racial e acesso a uma rede de apoio. Desde a primeira edição, o programa recebeu mais de 8.500 inscrições e foram oferecidas 250 vagas.

O "Proseguir" está vinculado ao Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), uma organização sem fins lucrativos que, desde 1990, defende os direitos da população negra, em particular da juventude e das mulheres negras. Elabora e implementa programa de promoção da equidade racial e de gênero em instituições públicas e privadas. Sua atuação se dá por meio de projetos nas áreas de trabalho, educação, justiça racial e juventude.

Mover

O Movimento pela Equidade Racial (Mover) foi criado a partir de um manifesto, em que algumas das maiores empresas do país de vários segmentos econômicos assumiram o compromisso público de evoluir coletivamente em uma jornada antirracista, promovendo ações de diversidade, equidade e inclusão no ambiente corporativo e junto à sociedade. O Mover e suas associadas pautam sua atuação, ações e investimentos em quatro pilares: liderança, conscientização, emprego e capacitação.

O Mover é formado atualmente por 47 empresas: Alcoa, Aliansce Sonae, Ambev, Americanas S.A., Arcos Dorados-McDonald’s, Atento, Bain & Company, BRF, Cargill, Coca-Cola Brasil, Colgate-Palmolive, CSN, Danone, Descomplica, DHL Supply Chain, Diageo, Disney, Dow Brasil, EF, General Mills, Gerdau, GPA, Grupo Carrefour Brasil, Heineken, JBS, Kellogg, Klabin, Kraft Heinz, L’Oréal Brasil, Lojas Renner, Magalu, Manserv, Marfrig, MARS, Michelin, Mondelëz International, Moove, Nestlé, PepsiCo, RD - Raia Drogasil, Sodexo, Tenda Atacado, UnitedHealth Group Brasil, Vale, Via, XP Inc. e 3M. Mais informações em Home.