Vôlei recreativo em Belém: conheça a prática que reúne amigos e estimula o bem estar
Grupos de amigos se reúnem na capital paraense para praticar o esporte que alia competição e satisfação pessoal
O vôlei é uma das maiores paixões nacionais, com seleções brasileiras masculina e feminina construindo trajetórias vitoriosas e conquistando milhões de torcedores. O esporte promove integração, saúde e lazer para todas as idades.
A seleção masculina é uma potência mundial, com três ouros olímpicos (1992, 2004, 2016), três pratas (1984, 2008, 2012) e títulos no Mundial (três ouros e três pratas), Copa do Mundo (três ouros e três bronzes), Copa dos Campeões (cinco títulos) e Liga Mundial (nove troféus). A era mais vitoriosa foi com Bernardinho (2001 a 2016), que levou o time a conquistas internacionais importantes.
A seleção feminina também brilha com dois ouros olímpicos (2008 e 2012), duas pratas (2020 e 2024), três vice-campeonatos mundiais e um bronze. Soma ainda três pratas na Copa do Mundo, duas Copas dos Campeões, 11 títulos no Grand Prix e quatro ouros pan-americanos. Além disso, se destaca nas categorias de base e Jogos Mundiais Militares.
Mas o vôlei vai além das quadras profissionais. É um esporte que estimula a convivência, fortalece vínculos e promove bem-estar — seja em clubes, escolas ou nas tradicionais partidas de praia entre amigos.
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O Vôlei Delus é formado por Novak Barros, Camila Maia e Newton Nicácio, amigos que se reuniram para jogar e compartilham como o esporte entrou em suas vidas.
Novak, natural do Marajó, conta: "Quando vim para Belém em 2017, parei com as atividades físicas. Não conhecia ninguém, e a rotina intensa de faculdade e trabalho me afastou disso. Nunca fui bom em esportes e me sentia inseguro", explica. Apesar disso, ele aceitou o convite de um amigo para jogar. "Comecei em 2025 e tem sido ótimo. Um dia cheguei ao treino desanimado, mas me diverti tanto que até esqueci o motivo da tristeza."
Camila Maia tem uma experiência semelhante, mas com mais humor: "Eu odiava esporte e nunca tinha praticado nada. Até que, um dia, resolvi tentar e percebi que tinha talento (risos)", brinca. O grupo se reúne frequentemente para jogar.
Como as equipes são formadas?
As equipes são organizadas de forma democrática e inclusiva, a partir do preenchimento de uma lista diária. Todos têm a chance de participar e se divertir. Normalmente, os times são montados por sorteio, o que torna a experiência mais dinâmica e acolhedora.
Em geral, os jogos acontecem com times de quatro ou seis pessoas. A divisão é feita considerando as habilidades de cada um, buscando equilibrar os grupos. A lista com os nomes dos participantes é organizada na hora, diretamente no local do jogo, sem definição prévia.
Onde jogar em Belém?
A cidade de Belém conta com diversas arenas voltadas para a prática do vôlei, atendendo a diferentes perfis de jogadores. Entre os espaços mais conhecidos estão a Arena 500, na Avenida Roberto Camelier, e a Arena Belém, no bairro do Jurunas — ambas com estruturas adequadas para jogos.
Outras opções também podem ser encontradas nos bairros do Umarizal, Cidade Velha e Coqueiro, que oferecem quadras para aluguel. Um dos locais mais populares entre os praticantes é o Posto 091, elogiado pela qualidade de sua estrutura. Esses espaços não só incentivam a prática esportiva como também funcionam como pontos de encontro e socialização.
Prática esportiva e bem-estar
Novak destaca os benefícios emocionais do vôlei: "O convite para jogar foi um presente. Me ajudou a sair do desânimo e trouxe leveza ao meu dia a dia."
Camila também reconhece a importância do esporte em sua rotina. "Percebi o quanto o vôlei me faz bem. Fiz amigos incríveis, conheci novos lugares e, lá, posso ser eu mesma. É uma ótima forma de escapar da correria."
Newton Nicácio amplia a reflexão: "Todo esporte é bem-vindo, seja para manter hábitos saudáveis ou apoiar a saúde mental. Infelizmente, ainda existe estigma em torno de temas como ansiedade e depressão, o que dificulta o acesso à ajuda. O esporte pode ser uma ponte para o diálogo e acolhimento. Precisamos normalizar essas conversas. Ninguém precisa passar por isso sozinho. Vamos apoiar uns aos outros com empatia. Todos são sempre bem-vindos ao esporte."
Membros de outras equipes como João Rocha e Leonardo Mangas também compartilham suas experiências com entusiasmo. Rocha fala sobre os benefícios do vôlei. "Sempre fui fã do esporte, tanto para assistir quanto para jogar. Ele melhora meu condicionamento físico e mental e, ao mesmo tempo, é uma forma divertida de estar com os amigos. Hoje, é essencial na minha vida", diz.
Mangas destaca o impacto do vôlei, ainda, no equilíbrio emocional: "Acho o vôlei emocionante. Ele estimula a competitividade e, com a prática regular, aprendi a lidar melhor com as pessoas. Jogamos com gente muito diferente, e isso me tornou mais tolerante. É uma terapia. Quando estou triste, sei que posso ir à quadra, jogar com os amigos e deixar os problemas para trás."
*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Mirelly Pires, editora web de OLiberal.com