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Vans escolares bloqueiam avenida Almirante Barroso pedindo atenção às atividades na pandemia

Carreata ocorreu esta manhã após concentração no Mangueirão. Eles pedem respostas do governo do Estado

Dilson Pimentel

Donos de vans de trasnporte escolar chegaram a bloquear nesse início de tarde a avenida Almirante Barroso, em frente ao Palácio de Despachos, sede do governo do Estado. Eles fazem desde 11h um ato que cobra medidas do poder público frente à paralisação das atividades escolares presenciais, devido ao cenário da pandemia no Pará. O bloqueio durou alguns minutos, nas pistas e canaleta do BRT no sentido Ananindeua-Belém. Por volta das 12h20 as pistas já estavam liberadas, mas integrantes do ato ainda permaneciam em frente à sede do governo estadual. Eles prometem fechar a via mais uma vez, caso não sejam atendidos.  

Por causa da pandemia, eles estão sem poder trabalhar e querem ajuda do governo estadual. “Estamos com os carros parados há mais de seis meses. Uma de nossas pautas é um financiamento a longo prazo para que possamos sustentar as nossas famílias. E a liberação da Arcon para podermos trabalhar no frete. Temos alguns colegas ficando sem carro”, disse João Magalhaes, presidente do Sindicato dos Condutores Escolares Autônomos de Belém (Sincebel). 

Eles fizeram essa solicitação ao governo há quase três, mas ainda não houve retorno. “Agora, vamos exigir a resposta”, afirmou. Vice-presidente do sindicato, Márcia Vilhena disse que, para sobreviver, muitos condutores estão entregando pizza, pão e fazendo frete. “Nós somos pais e mães de famílias com uma dificuldade muito grande, sem apoio do governo  e da prefeitura. Não temos apoio de ninguém. E os impostos continuam”, afirmou.

“Muitos já se empregaram em outros serviços porque precisam. Nem todos conseguiram o auxílio emergencial do governo federal. Eu não consegui. A gente está sobrevivendo. Leva o pessoal para a igreja quando tem. Isso aí é muito esporádico. Você tem que se virar, fazer outra cosa”, afirmou. “Vamos apelar para o Ministério Púbico e para quem a gente puder. O condutor escolar precisa de socorro. Daqui a pouco, vamos estar perdendo os nossos carros”, acrescentou Márcia. 

Para sobreviver, muitos condutores estão entregando pizza, pão e fazendo frete. “Nós somos pais e mães de famílias com uma dificuldade muito grande, sem apoio do governo  e da prefeitura. Não temos apoio de ninguém. E os impostos continuam", disse Márcia Vilhena, vice-presidente do sindicato dos condutores autônomos de transporte escolar  

Gil Lima Cordeiro, 48 anos, é condutor escolar há 15 anos. “Demos entrada (com o documento) junto ao governo solicitando apoio. Pedimos um auxílio para o governo ou uma linha de crédito voltada para o transporte escolar. Estamos parados desde março. Voltamos agora recente e paramos de novo. A categoria não pode deixar de existir. Muitos de nós já tiveram seus carros vendidos, entregues pro banco. Muitos já estão procurando emprego e já venderam o veículo. A categoria está sofrendo. Quando voltar as aulas, os pais já vão ter dificuldade de encontrar transporte escolar”, disse. 

“Uma situação muito complicada. A gente espera que o governo se mobilize e faça alguma coisa pela categoria. Até agora, nem o governo estadual e nem o municipal. E nós pagamos para os dois - Detran e prefeitura, para poder ter a concessão da autorização do transporte escolar. Estamos à deriva. Nosso trabalho é essencial, principalmente para o pai que trabalha e não tem condição de levar seu filho pra aula”, afirmou Gil.

Ele pediu aos pais que mantenham o pagamento, mesmo que seja metade do valor, para que o conduto tenha condições de voltar ano que vem.

Aos 53 anos, Raimundo Júnior é condutor escolar há 15. “Fomos os primeiros a parar e os últimos a voltar, sendo que o governo liberou praia no mês de julho. A gente tá pedindo uma linha de crédito pra gente poder quitar as dívidas deste ano. Tem muitos amigos que estão com o carro com busca e apreensão”, afirmou. “Não acredito que o governador não está sabendo da nossa situação. Uma linha de crédito pra gente poder pelo menos passar o natal digno com a nossa família. Minha mãe e meu irmão me ajudam pra não ficar com o meu carro em busca e apreensão”, afirmou.

Belém